Welcome to Brazil...

Hoje eu fiquei sabendo de mais um "abacaxi": o hospital sugerido pelo meu mastologista e o meu cirurgião plástico não é coberto pelo meu seguro...que tal??? E a escolha do hospital é relacionada com a patologia, ou seja, a cirurgia pra sair da forma como os médicos desejam - o melhor - tem que ser em um hospital com uma patologia de ponta, que faça uma tal de biópsia por congelamento; serviço que não é oferecido pelos hospitais da rede.

Na região de MG o meu seguro é o melhor - Unimed com cobertura nacional - mas aqui na Bahia a Unimed não é lá grandes coisas, principalmente, quando é um contrato de fora do estado. Eu só resolvi vir pra cá por minha família morar aqui e os médicos serem conhecidos, mas eu já sabia da limitação desse plano de saúde por aqui.

O meu mastologista disse que eu não preciso me preocupar porque ele fará um relatório explicando à Unimed a importância do referido hospital nesse caso. Mas a gente sabe que as coisas não são tão simples assim, né??? Quando é pra pagar, os planos sabem cobrar e receber; quando é pra prestar o serviço, eles sabem dificultar, e como sabem!!!!

São essas coisas que me deixam desanimadas em viver aqui no Brasil; tudo aqui é mais burocrático, difícil. Você contrata um serviço e parece que o contratado sempre está te prestando um favor. Não tem o interesse de te ajudar, orientar, é sempre dificultando, fazendo o máximo pra que você desista e deixe as coisas do jeito que ele quer...e muita gente deixa mesmo.

Eu fico pensando em como sou privilegiada por ter um seguro particular num país que a maioria das pessoas não tem. Eu lembro do dia que tive que pegar um documento na mão de meu mastologista de MG em um posto de saúde. E, enquanto eu o esperava, comecei a conversar com algumas mulheres que estavam aguardando pra serem atendidas. Pra minha surpresa, e grande indignação, algumas delas estavam há mais de 2 anos com nódulo no seio sem poder ser operadas esperando a burocracia e a fila do SUS.
Quando o nódulo do meu seio foi descoberto, em apenas 2 dias eu fui operada, devido a importância da biópsia nesses casos, agora, imagine você ter que esperar anos pra saber o que tem... é desumano!!!
Eu sei que quando se trata de sistema de saúde, não há país perfeito, mas que o Brasil deixa muito a desejar em termo de sistema, isso deixa. Eu falo em termos de sistema porque em termos de médicos e pesquisa médica o Brasil é excelente, o problema é que sem dinheiro, quero dizer, sem muuuuuito dinheiro, você não tem acesso ao lado do sistema médico brasileiro que realmente funcioana... isso é Brasil!!!
Se fosse uma questão de simplesmente tirar o meu seio, seria tudo fácil, o meu plano tem bons hospitais pra esses casos; porém a ideia é tirar somente o necessário e fazer a reconstrução na hora, da melhor forma possível. O que complica um pouco as coisas do ponto-de-vista cirúrgico.
Para o plano, e algumas pessoas, talvez a reconstrução do seio não seja importante, e realmente não é a prioridade, mas que é muito significativo pra paciente, com certeza é... pelo menos, em meio a todo o trauma que a doença acarreta, a gente pode sair com os seios novinhos, né??? rsrsrsrsrs... Eu disse pro meu cirurgião plástico que depois de minha filha, da amamentação, a gravidade não tinha sido muito minha amiga - como não é com 99,9% das mulheres - porém eu não pensava em fazer plástica; mas já que eu teria que fazer, então, eu queria aproveitar pra fazer bem feito, pelo menos, sairia com uma lembrança boa disso tudo rsrsrsrsrs...
Agora só me resta dobrar minhas orações, correr atrás e conseguir a liberação da Unimed ou pagar a cirurgia particular. A segunda possibilidade vai depender de quanto é, pq não estou "nadando" em dinheiro.
Mesmo com tantas adversidades eu só consigo pensar que vai dar tudo certo. Não sei como, de que jeito, quando, mas eu sei que vai dar certo.