"Agrada-te do Senhor, e Ele satisfará os desejos do teu coração. Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais Ele fará." Sl37: 4-5















quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O Canadá está me dando frio na barriga...

Ontem eu estava pesquisando os preços das passagens pela Air Canadá e, de repente, enquanto eu colocava as possíveis datas de embarque, a minha "ficha caiu": só faltam 3 meses...3 meses pra nossa ida pro Canadá!!! tá muito em cima!!!! okay, contando setembro e alguns dias de janeiro, o tempo é um pouco maior; mas quando o cálculo é baseado nas contas mensais, o mês de setembro já passou e o de janeiro não vai existir, já que estaremos de partida; ou seja, só temos 3 meses pra resolver tudo...e ainda não fizemos nada!!!! nem dá pra acreditar...culpa do meu marido que deixa tudo pra última hora rsrsrsrs...
Depois que eu acabei de ver as passagens, fechei o meu laptop e fui fazer outras coisas, mas um pensamento ficou "martelando" na minha cabeça o dia todo, o tempo todo: em 3 meses você vai embora, em 3 meses você vai embora...
Talvez eu devesse estar pulando, gritando e cantando de alegria: em 3 meses eu vou embora hahahaha...eu vou pra Vancouver lá, lá, lá, lá, lá....mas comigo não está sendo tão fácil assim.
Eu sempre quis ir pro Canadá, e ainda quero muito ir, isto não mudou. Não pensem que estou desanimada, ou duvidando do direcionamento de Deus para as nossas vidas; eu tenho certeza que Deus tem um propósito pra gente lá, só que eu não consigo deixar de pensar na minha família que vai ficar, nos meus amigos, na minha igreja...quem viveu anos fora entende o que eu estou querendo dizer.
Por mais que a gente possa ir e vir, não dá pra estar no Brasil sempre, as passagens são muito caras; e com isto a gente vai perder nascimentos, casamentos, aniversários, natais, feriados, enfim, os albuns de família ficarão mais uma vez incompletos, pq a gente não vai estar nas fotos.
Um dos maiores medos que eu tinha enquanto eu vivia nos EUA era o de perder uma pessoa querida. Às vezes, na igreja, eu presenciava o sofrimento de pessoas que perdiam, de repente, um pai, uma mãe ou um parente querido; era de cortar o coração; era uma mistura de saudade com dór, uma coisa muito triste.
Certa vez, uma amiga minha recebeu a notícia, pelo Pastor da igreja, da morte de um filho que estava no Brasil; foi um dos momentos mais tristes que eu já presenciei, foi uma dór devastadora.
Deus teve misericordia de mim, quando eu voltei pro Brasil encontrei todos vivos e com saúde - graças a Deus - ainda pude desfrutar da presença de minha avó por 11meses. Tive o privilégio de estar com ela nos seus últimos dias de vida. Mas até hoje eu me pergunto: Como eu me sentiria se eu não tivesse voltado enquanto ela ainda estava viva?
Quem imigra tem que estar preparado pra tudo isto e mais...não é uma questão de ser pessimista ou realista demais, é uma questão de saber que nem sempre a vida vai ser um "conto de fadas".
Os dois primeiros anos em outro país, geralmente, são os mais difíceis. Uma minoria se organiza em menos de 1 ano, mas a grande maioria só depois dos 2 anos em diante. É quando já se tem um bom network, uma certa experiência de trabalho, já deu pra fazer alguns amigos, um curso, enfim, é quando as coisas começam a fluir.
Quando eu penso que vou deixar tudo pra trás e começar de novo, eu sinto um frio na barriga!!! sabe aquele frio que a gente sente antes de descer uma montanha russa??? é mais ou menos o que eu estou sentindo. Eu fico empolagada com a ideia de morar no Canadá, de conhecer outros lugares, de fazer novos amigos, mas, ao mesmo tempo, dá aquele friozinho na barriga por não saber o que me espera por lá.
Talvez eu esteja sentindo isto por já ter imigrado uma vez. Eu passei por muitos momentos difíceis nos EUA, outros de muita alegria e conquistas; tantas coisas aconteceram nos anos em que vivi lá, minha vida deu tantas voltas...eu posso dizer que valeu muito à pena a experiência, mas não foi fácil não.
Hoje tem duas coisas que me deixam balançada quando eu penso na partida: ficar longe da minha família e mudar de igreja. A primeira é óbvia: ninguém gosta de viver longe das pessoas que se ama; e eu, depois de anos morando fora, não queria perder a convivência da família novamente.
E a segunda é afinidade com a igreja: Eu lembro que quando eu cheguei dos EUA aqui em Pavão - uma cidade pequena no interior de MG - eu não imaginava o que Deus estava preparando pra mim. Nos primeiros dias eu estranhei muito, eu não estava acostumada a viver no interior; mas logo abri o meu coração pro que Deus tinha pra mim, e passei a gostar do lugar. Como cristã praticante, me apressei em procurar uma igreja, fui visitar uma batista. Eu sabia que dentro da igreja eu me sentiria mais em casa.
Hoje, depois de quase 2 anos, eu posso dizer que encontrei na Igreja Batista de Pavão - que é uma igreja missionária - uma família que me recebeu de braços abertos.
Mudar de igreja não vai ser fácil pra mim; vou ter que deixar pra trás os meus alunos da escola domical, o trabalho que tenho feito, às vezes, dando aula, outras, ministrando...eu vou sentir muita falta.
Mas eu garanto que, independente, de todos os desafios que eu possa vir a enfrentar nessa nova etapa da minha vida, eu ainda me considero uma privilegiada por ter finalizado o processo de obtenção de visto com sucesso. Eu enxergo o Canadá como mais uma porta que Deus está abrindo pra mim, pro meu esposo e pra minha filha; é mais uma oportunidade de aprendizado, de crescimento, de experiência de vida...eu não perderia uma oportunidade desta por nada...hum, quero dizer, quase nada rsrsrsrsr...pq se meu marido decidisse não ir, não tinha jeito, né??? rsrsrsrs...mas Deus é fiel e sabe de todas as coisas...
Mt6:34 "Não vos inquieteis, pois, pelo dia amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal."

Nenhum comentário:

Postar um comentário