"Agrada-te do Senhor, e Ele satisfará os desejos do teu coração. Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais Ele fará." Sl37: 4-5















terça-feira, 31 de agosto de 2010

Os vacilos que damos.

Depois de uma semana com secreções, eu e meu esposo resolvemos levar a nossa filha pra ser consultada por um médico amigo da família, ele não é pediatra, é um clínico, mas é bem respeitado na região. Nós já tínhamos ido ao pediatra uma semana antes, como vimos que ela tinha melhorado, mas ainda apresentava um quadro preocupante, resolvemos pedir uma segunda opinião. (Isto foi mais por pressão minha pq meu marido é muito tranquilo, homens, em geral, são mais descansados, e as mães mais estressadas rsrsrs...)
Depois de muita insistência da minha parte, meu marido ligou pro médico, os dois começaram a conversar como dois bons amigos, falaram de negócios, de banalidades, e após uns 15 minutos de "papo-furado", meu marido explicou a situação. Na verdade, ele ligou certo de que o médico não daria muita importância, que diria que era um quadro comum de gripe; só que o médico, muito atencioso e educado, disse que era aconselhável que nós a levássemos pra uma consulta, e que no dia seguinte ele poderia nos atender às 2:00 da tarde. Nós ficamos muito felizes com a atenção dele, meu marido então, não parava de elogiá-lo como pessoa, como doutor, afinal, não é todo dia que as pessoas se preocupam umas com as outras, e ele foi tão solícito, ficamos encantados.
O consultório dele fica há 40 minutos da nossa casa, pra não perder o horário, almoçamos cedo, nos arrumamos e fomos. Chegamos lá exatamente às 2:00 da tarde, como o doutor nos disse pra chegar; enquanto estávamos estacionando o carro chegamos até a avistá-lo entrando na clínica. Paramos o carro, descemos, e vimos muita gente esperando pra ser atendido, muita gente mesmo!!! e as pessoas que estavam lá, a maioria delas, pelo menos, tinha uma aparência mais humilde. Nós nos dirigimos pra falar com a atendente, o meu marido tomou a frente, enquanto eu entrava com minha filha, e fez uma coisa inacreditável: ele disse a ela que tinha marcado com o médico às 2:00, ela respondeu que as consultas eram por ordem de chegada, e ele, ao invés de ouvir e sentar, foi entrando corredor à dentro procurando pelo médico...eu quase morri de vergonha!!! como eu não tinha como sair daquela situação, então, eu fingi que não estava vendo aquela cena, e perguntei a moça que estava nos atendendo se ela aceitava Unimed, quando ela ia me responder, meu marido voltou perguntando qual era a sala do médico pq ele não tinha achado - não dá nem pra acreditar, né??? - a moça olhou com uma cara de "você é muito cara-de-pau" e disse: ele está nesta sala, atendendo uma paciente...eu não sabia onde colocar a minha cara!!! será que ele não estava percebendo o "mico" que ele estava pagando??? com certeza, muitas pessoas alí tinham chegado cedo, não era justo ser atendido antes delas só pq era amigo do médico, ou se achar no direito de ter prioridade; se o próprio médico quisesse nos atender na frente, tudo bem, era um direito dele, mas meu marido não deveria esperar isto, eu não estava esperando. Eu vi que tinha muita gente, mulheres grávidas, idosos, bebês, talvez alguns fossem pacientes de loga data, outros amigos, vizinhos, sei lá!!! eu me coloquei no lugar do médico e cheguei a conclusão que ele não nos daria prioridade - eu no lugar dele também não daria - porque como ficaria a imagem dele perante os demais pacientes que estavam esperando antes da gente??? não seria justo.
Mas meu marido não pensou como eu, ele ficou plantado com o meu sogro na porta do médico esperando que o médico fosse sair e dar prioridade a ele...inacreditável!!!
Pois bem, o médico abriu a porta, se despediu da paciente, nos cumprimento educadamente e disse: aguardem um pouquinho que logo vocês serão chamados.
Este pouquinho durou quase 3 horas, ele atendeu todos os pacientes que tinham chegado antes de nós, todos mesmo!!! Como eu já esperava por isto rsrsrsrs, aproveitei o meu tempo e comecei a conversar com as pessoas que estavam na sala-de-espera comigo, dei testemunho, contei os milagres que Jesus já fez na minha vida, conheci um pouco da história de uma família que estava lá; o tempo passou que eu nem vi. Até que o médico abriu a porta e nos chamou, cheguei até a lamentar ter que parar a conversa, sério mesmo!!! a conversa estava muito boa rsrsrs...
Entramos na sala, o médico, muito educado, se desculpou pela demora, conversou um pouco com a gente pra saber o que estava acontecendo, e depois, examinou a nossa filha com muito carinho. Quando ele acabou de examinar, meu esposo foi logo perguntando se já poderíamos ir. Na cabeça dele, a consulta era um exagero da minha parte; ele viu o médico examinando, brincando, ele concluiu que estava tudo bem. Mas o médico respondeu que não, que não poderíamos ir ainda, que a nossa filha estava com uma rinite alérgica forte, e precisava se tratar antes que pudesse evoluir para uma pneumonia, e mais, ele disse que foi muito bom ter levado a nossa filha pra fazer uma segunda consulta...eu sabia!!! rsrsrsrs...mãe sempre sabe!!!
Meu marido é uma pessoa humilde, fácil de se relacionar, muito bem humorado, cheio de amigos mas, como todo mundo, ele dá uns vacilos de vez em quando, que eu não consigo entender...okay, eu também tenho meus momentos ridículos, acho que todo mundo tem, né??? mas eu espero que este episódio tenha servido pra deixá-lo mais atento às situações, principalmente, nós que somos cristãos, temos que ter um cuidado maior quando lidamos com gente.
Não seria legal pro médico nem pra nós, se tivéssemos passado na frente de todas as pessoas que estavam esperando, seria uma situação, no mínimo, constrangedora, pelo menos, na minha opinião.
Eu acredito que por coisas como estas, nós, brasileiros, aprendemos desde cedo, o famoso "jeitinho brasileiro"; é furando fila, usando de amigos pra conseguir privilégios, empregos, burlando leis; muitas pessoas acreditam que vale tudo pra ser beneficiado, para alcançar um objetivo.
Cada dia que passa, eu me policio mais pra não cair nestes erros, principalmente, porque eu acredito em um Deus que não tem filhos preferidos, e que quando Ele quer abênçoar uma pessoa, abrir uma porta de trabalho, de oportunidade, Ele faz sem que ninguém precise ajudar, Ele é Deus, pra Ele não há impossível.
Quando a gente passa por cima de alguém ou de uma situação, buscando o nosso bem, na verdade a gente está dizendo indiretamente, mas dizendo, que não confia em Deus, na vontade DEle pra nossas vidas. É muito bom quando a gente exercita a nossa fé, e entrega a Deus nossos caminhos, porque assim, só assim, nós podemos ver as mãos DEle sobre as nossas vidas. Tudo o que Ele faz é, incomparavelmente, melhor do que nós possamos fazer.
Sl37:5 "Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e o mais Ele fará."

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