"Agrada-te do Senhor, e Ele satisfará os desejos do teu coração. Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais Ele fará." Sl37: 4-5















terça-feira, 28 de setembro de 2010

Meu marido foi roubado...

Há alguns meses atrás, antes de decidirmos se iríamos ou não pro Canadá, meu marido abriu uma loja pra revitalização de carros em BH, mais especificamente, na região de Contagem. Foi uma decisão, praticamente, unilateral; ele queria muito abrir o negócio, e eu não tive como não apoiá-lo.
Ficou acertado que ele iria primeiro, abriria a loja, e, caso desse certo, eu iria com a nossa filha em janeiro; e a cada 2 semanas ele nos veria. Pois bem, tem sido assim desde então, ele vem a cada 2 semanas, mas nós nos falamos todos os dias; 3, 4 vezes por dia.
Hoje, no final da tarde, eu tentei ligar pra ele, mas o celular estava na caixa de mensagens, dando como se estivesse desligado. Como minha filha me ocupa muito, eu desisti de ligar e fui dar atenção a ela e aos amiguinhos dela que estavam brincando aqui; deixei pra ligar pra ele no horário político; ultimamente, é o horário que eu mais gosto de ligar, por motivos óbvios: não da pra "engolir" tanta mentira, e eu me estresso só de ver tanta cara-de-pau junta.
Voltano ao assunto: Ainda estava no Jornal Nacional quando o telefone tocou; era meu marido; ele perguntou como eu estava e, logo em seguida, me disse: Amor, você não sabe o livramento que Deus me deu hoje; você quase ficou viúva. Quando ele disse isto, minha barriga chegou a gelar, e eu quis logo saber o que tinha acontecido. Como era ele quem estava relatando, me despreocupei um pouco, porém, ainda assim, eu quis saber o que tinha acontecido nos mínimos detalhes. Nestas horas a gente pensa em acidente, assalto, tudo de ruim vem na mente. Então ele começou o relato; disse que estava na loja com um vendedor, quando chegaram homens fortemente armados pedindo que eles passassem todo dinheiro do caixa; em seguida ordenaram que eles fossem pro banheiro, para trancá-los lá; só que, como eles não estavam encontrando a chave pra fechar a porta, começaram a ficar nervosos - nesta hora meu marido sentiu o perigo de verdade - e, meu marido, calmamente, disse a eles que era um evangélico, um crente em Jesus, e servo do Senhor, que eles podiam levar o que quisessem, mas que, por favor, não levassem os documentos porque ele precisaria deles. Um deles, ao ouvir isto, pediu com educação, que meu marido e o vendedor ficassem calmos e que não fizessem nada, que tudo daria certo. Resumo da história: Os assaltantes levaram o dinheiro do caixa - que não era muita coisa - os tênis do meu marido e do vendedor,  e alguns aparelhos de som para carros; mas não levaram as carteiras com documentos, cartões e cheques. Foi aí que aconteceu a parte mais interessante da história; um dos ladrões, antes de ir embora, disse ao meu esposo: Irmão, por favor, ore por mim; eu já não aguento mais essa vida...kkkkkkk...da pra acreditar??? quando meu marido me contou isto, o nervoso que eu estava sentindo só de ouvir o que ele tinha passado, deu lugar a comédia; achei, simplesmente, hilário!!! O engraçado não está nem no pedido de oração, mas sim, na pessoa que pediu; porque ele sabia que o que ele estava fazendo era uma coisa errada, ele demonstrou acreditar em Deus, e, mesmo podendo deixar de cometer o crime, ele não mudou de ideia, e nem demonstrou que depois dalí mudaria de vida.
Eu fiquei surpresa com a calma que meu marido teve durante o assalto - porque a gente nunca sabe como vai reagir numa situação de risco - e depois do assalto, quando me ligou pra contar; a voz dele estava normal, ele estava bem tranquilo. Eu, como não podia perder a oportunidade, disse a ele que, infelizmente, as pessoas que vivem aqui no Brasil, principalmente nas grande cidades, estão sujeitas a passar por situações como a que ele passou, ou outras piores...mas ele continuou reafirmando o amor dele pelo Brasil...quem aguenta??? rsrsrsrsrs...
Eu sei que a violência, que os bandidos, que pessoas ruins existem em qualquer lugar; porém, eu também sei que as proporções são diferentes; isto ninguém pode negar. Não dá pra comparar a quantidade de crimes que existe aqui com a que se tem em Vancouver. Podemos passar por uma situação de risco no Canadá??? podemos, mas a probabilidade é muuuuuuito menor do que no Brasil.
Não dá pra não pesar o fator violência na hora de decidir entre ir pro Canadá ou ficar no Brasil, pra mim é um fator decisivo. Quem tem filhos entende o quanto é importante viver em um lugar mais seguro, mais tranquilo, e menos injusto socialmente. É horrível viver com medo, criar filhos "presos" em apartamentos, viver em constante estado de alerta...não dá, não é??? Depois que a gente tem filho fica difícil abrir mão da chance de viver em um país menos violento e mais justo só pra ficar no Brasil, como o meu marido queria...graças a Deus que ele repensou e decidiu tentar a vida no Canadá; agora é torcer pra ele gostar, e as coisas darem certo por lá rsrsrsrsrsrs....
Jo17:15 "Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal."
Sl34:7 "O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra."

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O que move a minha vida

Eu conheço muita gente que vive buscando realização profissional, emocional, às vezes, a felicidade; porque, de alguma forma, acredita que, alcançando isto ou aquilo, a vida, então, terá um sentido.
A minha vida está longe de ser perfeita, eu - como 99% da população - quero um pouco mais de conforto, de estabilidade, tenho meus sonhos, meus objetivos; tanto que estou prestes a imigrar pela segunda vez; porque eu quero mais da minha vida. Só que nada do que eu quero tem sentido se for sem a presença de Deus, se eu tiver que sacrificar minha fé. O sentido de tudo que eu faço, de quem eu sou, está na minha fé em Deus, é NEle que eu encontro razão pra viver.
Pra muita gente hoje em dia, talvez isto seja coisa de gente ignorante, de pessoas "atrasadas" que não acompanham às mudanças da sociedade. Eu já pensei assim; mas nada como o tempo, como a própria vida, pra ensinar o que realmente tem valor.
Uma vez uma grande amiga me disse: Antes de te conhecer eu nunca tinha pensado nesse "negócio" de Deus...E, assim como ela, existe muita gente que não tem nem tempo e nem interesse de pensar em Deus, é um assunto que não está na moda.
A "vida perfeita" que está sendo vendida nos filmes, nas propagandas, nas revistas de celebridade, é muito mais atraente do que a vida pregada nas igrejas. As pessoas, principalmente os jovens, acreditam que só terão esta "vida feliz" quando casarem com o homem ideal, com a "alma gêmea", quando tiverem alguns milhões em suas contas bancárias, quando forem reconhecidas pela mídia, entre outras coisas. Mas o interessante é que a felicidade independe de tudo isto, porque se fosse verdade o que é "vendido" nas novelas e nos filmes, pessoas como a Lindsay Lohan, a Britney Spears, e muitos outros, inclusive atores, atrizes, e jogadores de futebol brasileiros, seriam muuuuuuito felizes; os seus casamentos seriam eternos, seriam pessoas livres do álcool, das drogas...e não é bem isto que a gente vê, não é??? Eu lembro de ter visto nas revistas, fotos maravilhosas do casamento da Stefany com o Alexandre Pato, coisa de princesa; e o casamento não durou nem 1 ano. E o da Cicarelli com o "fenômeno"? até castelo teve; mas não durou nem 6 meses...porque a vida real não é um "conto de fadas".
Todo mundo, independente de situação financeira, passa por altos e baixos; todo mundo, pelo menos 1 vez, já enfrentou doença, morte e tristeza, faz parte da vida, ninguém está livre. Mas eu tenho visto que, aqueles cuja fé está em Deus, e não em si mesmos, nos médicos ou em outras coisas, superam as dificuldades com mais facilidade, lutam por seus casamentos e por suas famílias com mais garra, e conhecem o sentido da palavra "felicidade"; porque, quando as coisas vão mal, confiam em Deus pra resolver; quando vão bem, enxergam a mão de Deus, portanto, seja qual for a situação, Deus é o direcionamento, o conforto, a força, e a vontade suprema. Através desta fé sincera, não há desespero, não há medo...o deserto com o Senhor é passageiro, as tristezas e os medos não duram; eles chegam,  mas vão embora. Tem um salmo que eu gosto de ler que diz assim: "O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã." Sl30:5
Eu morei 8 anos nos EUA, estou há 2 anos no Brasil, no interior, bem interior mesmo; em uma cidade que está, basicamente, ao redor de uma praça, não tem mercado de trabalho pra mim, não tem cinema, muito menos comida japonesa; é bem diferente de qualquer coisa que imaginei que eu pudesse viver...mas a vida é assim, cheia de surpresas; coisas improváveis acontecem com qualquer um rsrsrsrs...
Eu casei nos EUA, meu marido vivia lá há 18 anos quando casamos; ele falava que era do interior, que a família dele tinha fazenda...só que eu não tinha noção do que me esperava rsrsrrsrsrs...ele falava, eu achava interessante, mas não imaginava que um dia eu iria viver no interior; nem passava pela minha cabeça rsrsrsrsrs...bom, nós decidimos sair dos EUA e morar em MG; como ele tinha que organizar as coisas dele, como fazenda, gado e etc. nós viemos pra Pavão...isto mesmo: Pavão rsrsrsrs...No começo eu senti o impacto da mudança - não tinha como não sentir, não é? - eu ficava me perguntando: como foi que eu vim parar aqui, neste fim de mundo??? o que é que eu vou fazer aqui??? rsrsrsrsrs...Entrei numa crise...sério mesmo, numa "tempestade emocional", vontade de largar tudo e sair correndo rsrsrsrsrsrs... Mas a minha confiança não estava em mim, no lugar, sempre esteve em Deus; e eu busquei DEle o direcionamento; não fiquei parada diante das adversidades me lamentando, busquei do Senhor respostas, sentido pra tudo que eu estava vivendo; eu sabia que a minha felicidade não podia estar condicionada a um lugar ou situação; eu tinha que encontrá-la na minha nova vida. Eu comecei a ir à Igreja Batista; me envolvi, fiz amigos, fui gostando do lugar, cada dia fui me apegando mais e mais... hoje eu gosto muuuuuito mais daqui do que o meu próprio marido; tenho amor pelos trabalhos que tenho feito na igreja, pelo grupo de jovens que estuda comigo; o lugar e as pessoas daqui passaram a fazer parte da minha vida.
Toda as dificuldades que eu tive na chegada, na adaptação, hoje parecem tão sem sentido...graças a Deus as coisas mudam rsrsrsrsrsrs...Eu estou indo pro Canadá em breve; mas, com certeza, vou levar comigo as lembranças do tempo em que vivi aqui com muito carinho, valeu muito à pena...
De vez em quando eu leio alguns blogs de pessoas que estão vivendo no Canadá, ou em outro país, a pouco tempo; e encontro relatos desanimados, tristes - principalmente dos primeiros meses - quando as adversidades parecem ser maiores, quando a adaptação é mais dificil, e quando a realidade parece não ser o sonhado. É preciso se segurar pra não cair; não é fácil enfrentar problemas fragilizado, com saudade da família, longe dos amigos... tudo é muito difícil.
Quando estas coisas acontecem é bom lembrar que nada é à toa; tuda na vida tem uma razão de ser, um porquê. Seja onde for, o lugar que você está é o lugar que Deus te colocou pra te abênçoar.
Sl34:17-18 " Os justos clamam, e o Senhor os ouve, e os livra de todas as suas angústias.
Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e salva os contritos de espírito."

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

É sempre bom saber...

Quanto mais o tempo passa, eu vou me perguntando o que fazer pra facilitar a minha vida na chegada; e minha cabeça não para de pensar. Até que ontem, eu entrei na net pra pesquisar lojas de móveis em Vancouver, que tivessem o preço mais em conta, e acabei achando um post no Vancouver para Brasileiros, com algumas sugestões interessantes...não resisti, copiei e trouxe pro blog pra dividir com aqueles que estão indo sem nada, como eu rsrsrsrss....

Ikea
A Ikea é uma rede de loja de móveis muito conhecida na Europa. O motivo do sucesso está em oferecer móveis modernos a preços acessíveis.
End: 1000 Lougheed Highway
Coquitlan - BC
http://www.ikea.com/ca/en/

Dollarama - Melhor loja de 1 dollar
Na loja é possível encontrar ótimas pechinchas como: jogos de prato, copos e artigos de cozinha.
End: 668 Seymor Street (em frente à estação de metrô da Grandville)

Budget Car & Truck Rental
A locadora fica dentro do aeroporto de Vancouver e oferece bons preços e variedade de veículos.
http://www.bc.budget.com/

Best Buy
A Best Buy é a maior loja de eletrônicos dos EUA e também a melhor opção pra quem deseja comprar eletrônicos em Vancouver.
End: 2220 Cambie Street ou no Shopping Metrotown
http://www.bestbuy.ca/


Sportcheck
Melhor loja de tênis e roupas de inverno.
End: 777 Dunsmir Street ou no Shopping Metrotown

Real Canadian Superstore
É o supermercado com o preço mais em conta. A principal loja fica no Shopping Metrotown

Wal Mart - É sempre bom saber onde tem um :):):)
http://www.walmart.ca/home

Sears
Ótimas promoções, seja pra artigos de uso pessoal como para eletrodomésticos, e muita coisa de qualidade pra montar uma casa.
http://www.sears.ca/

CostcoTem que pagar anuidade, mas vale à pena pra quem gosta de comprar produtos não perecíveis em quantidade; sem falar nos eletrônicos e outros artigos vendidos com preço mais em conta...Eu tinha o cartão do Costco nos EUA e recomendo.
http://www.costco.ca/

Tem outras coisas que eu acho que facilitam bastante, como por exemplo: já ir pesquisando condomínios, bairros, escolas; proximidade do metrô, ou outros meios de transporte público, nos lugares que mais interessam; preços de carros ou motos, e etc...acho que quanto mais a gente pesquisa, mais preparado a gente chega. Quem quiser acrescentar alguma coisa nest lista, por favor, deixe um comentário...os futuros imigrantes agradecem rsrsrsrs....

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Privilégio de poucos

Às vezes eu me pego pensando no quanto eu fui privilegiada em ter meu processo de residência pro Canadá aprovado. Eu sei que não sou a única, assim como eu consegui, muita gente também tem conseguido no decorrer dos anos; aplicando pelo "skilled workers", pelo "provincial nominees", por Quebec, ou por outros meios. Porém, o que talvez estes privilegiados não pensem, é que eles são minoria no meio de milhares de pessoas que não têm a mesma chance.
Muita gente, por inúmeras razões, talvez não ache nada demais em ter uma residência canadense nas mãos, ou de qualquer outro país de "primeiro mundo"; eu mesma conheço pessoas que preferem viver no Brasil, estão confortáveis com suas vidas aqui, não vêem necessidade nenhuma de mudar. Mas, mesmo sem poder garantir com números, eu tenho certeza, que a grande maioria dos brasileiros queria muito ter a chance de viver em um outro lugar.
Eu estou morando em uma cidade pequena no interior de MG, onde meu marido tem negócios; e, principalmente por causa da igreja, eu tenho convivido com muitas pessoas, com muitos jovens; e tenho visto de perto as dificuldades que muitos deles enfrentam pra estudar, pra crescer, pra mudar de vida.
O "Brasil" das capitais não é, nem de longe, o mesmo "Brasil" dos interiores; a realidade das famílias classe-média não é a realidade da maioria da população. O país está crescendo? Acho que sim, mas está muito longe de crescer ao nível do que o povo merece.
Domingo pela manhã, eu fui dar aula na escola bíblica dominical para os jovens, como sempre faço, e, mais uma vez, eles me perguntaram o porquê da minha ida pro Canadá; eu, então, respondi que um dos principais motivos era a educação da minha filha; que eu acreditava que no Canadá ela teria melhores oportunidades. Comentei que, assim como minha filha, eles também mereciam um ensino melhor, de qualidade; que as escolas da cidade (todas públicas) não tinham muito pra oferecer. Um deles discordou e me disse que o ensino era muito bom, um dos melhores do país - acho que pra ver se eu mudava de ideia rsrsrsrrsrs... - então, eu fui perguntando pra turma toda: quantos livros eles liam por mês, quais os jornais e revistas que conheciam, se eles tinham aulas de computação, de idiomas, de música, esportes...é claro que a maioria das respostas foi negativa; tirando os livros que, pra minha surpresa, eles lêem com frequência, o resto, eles não têm acesso a nada, as escolas, mal mal, oferecem algumas aulas de inglês; o que é um absurdo!!! Quando eu descrevi pra eles como eram as escolas nos EUA, e disse que eram de graça; eles não acreditaram, ficaram encantados, eles não imaginavam que existissem países com escolas públicas melhores do que as particulares que eles conheciam,e, por cima de tudo, de graça.
Eu observo alguns destes jovens, com tanto potencial, e tão poucas chances; e fico pensando: se eu pudesse levá-los comigo...se eles pudessem estudar em um país como o Canadá...se, se, se...mas, infelizmente, a "porta" só se abre pra poucos.
Este assunto, para algumas pessoas, é polêmico; já li em algumas comunidades comentários do tipo "se batalhar, todo mundo vence na vida", "se quiser estudar, até em escolas públicas a pessoa vai longe", e coisas do tipo. Mas o meu ponto-de-vista não é este, eu concordo que muita gente vence na vida, mesmo lutando contra a "maré", contra os obstáculos; só que, ao mesmo tempo, quantos outros não vão mais longe por simples falta de oportunidade???
Quero lembrar também dos amigos que eu tenho que estão desempregados, outros que trabalham pra ganhar uma "miséria"; pessoas qualificadas, com potencial, que não ganham de acordo com o que produzem porque tem uma lista de recém-formados lutando por uma vaga, aceitando 1/3 do salário que é pago a eles; conheço muita gente que daria tudo pra ter a oportunidade de educar seus filhos com dignidade, que não pensaria duas vezes se tivesse a chance de morar no Canadá. Então, mais uma vez, eu penso no quanto eu fui abênçoada por ter esta chance.
É claro que sem Deus, sem estar no centro da vontade de Deus, nenhum lugar seria bom pra mim, nem pra ninguém; mas, sendo um direcionamento do Senhor, eu vejo o Canadá como um grande privilégio.
Que esta postagem sirva pra lembrar aos que já estão no Canadá, e aos que estão indo; que, mesmo com as dificuldades de imigrante, mesmo com os problemas comuns do dia-a-dia, com as adversidades da adaptação, do clima, mesmo com tudo; VOCÊ É UM PRIVILEGIADO, aproveite a oportunidade que Deus colocou em suas mãos.
1Ts5:18 "Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco."

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Vou sentir muita saudade...

Domingo passado, depois do culto, eu estava conversando com alguns amigos sobre o Canadá; até que eles me fizeram a "pergunta inevitável": Quado você vai??? E eu respondi que em janeiro (pelo que tudo indica); e um deles, então, me disse com uma feição sentida: Já? você vai fazer muita falta...
Ir pro Canadá é ver um projeto de anos se concretizando, é uma realização pessoal. Porém, eu estou ciente, de que não vai ser um "passo" fácil de ser dado; quando eu paro pra pensar em tudo e em todos que ficarão pra trás, eu percebo o quanto vai ser duro partir.
Eu penso muito na igreja, no trabalho que tenho feito, e tenho vontade de não ir...é sério mesmo!!! às vezes eu penso em ficar...eu penso nos jovens que estão estudando comigo na escola dominical, nas pessoas que gostam de me ouvir ministrar, eu penso no Pastor e em sua esposa que são tão sobrecarregados e, de alguma forma, o pouco que eu faço já é uma ajuda.
 Como eu já tive a experiência de morar fora, eu sei que, provavelmente, eu não serei útil na igreja de lá quanto eu sou aqui. Primeiro porque pra onde eu vou, não tem nenhuma Igreja Batista brasileira, as que têm são canadenses, e o ritmo de trabalho é completamente diferente; e depois, daqui que eu chegue, que escolha uma igreja, que me adapte ao lugar, que as pessoas me conheçam...leva muito tempo!!! eu vou sentir muita saudade da minha igreja!!! Uma coisa me tranquiliza: eu sei que estou no centro da vontade de Deus, e só isto, pra mim, é o suficiente pra que tudo saia da melhor forma possível.
Agora, voltando pro assunto saudade: E a comida??? eu vou morrer de saudade da comidinha que Adeir, minha querida secretária, faz pra mim...o feijão dela é tudo de bom!!!
Quando eu morava nos EUA, eu adorava ir ao mercado; era tudo tão limpo, tão no lugar; as frutas brilhavam, era difícil achar alguma coisa estragada, tudo parecia ter saido de uma foto, de tão bonito que era; mas quando a gente provava...ai, que saudade do Brasil!!! muitas não tinham o mesmo sabor, algumas não tinham sequer sabor ou, quando tinham, o sabor era indecifrável rsrsrsrsrsr...sério mesmo!!! é claro que com o tempo a gente se acostuma e acaba achando até gostoso; vai aprendendo a usar os temperos locais e acaba se adaptando...mas no começo é dureza!!! Tudo bem que isto foi nos EUA e não no Canadá, e talvez no Canadá seja melhor - espero que seja!!! - mas, com certeza, nunca vai ser como no Brasil.
Sem falar que lá não dá pra ter cozinheira em casa, né??? tudo é na base do "se vira nos 30": vai pro trabalho, chega em casa, limpa, cozinha, lava, e depois faz tudo de novo rsrsrsrsrs...ok, as coisas são mais práticas do que no Brasil, o "bicho não é tão feio como estou pintando rsrsrsrsrs...com o tempo a gente pega o jeito, e as coisas fluem.
E a saudade da família e dos amigos??? O bom de morar no mesmo país, na mesma cidade é saber que podemos encontrar as pessoas queridas; que podemos marcar um programinha juntos, uma viagem, uma festa...a distância nos priva disto tudo. Eu também vou sentir saudade dos almoços na casa da sogra; da casa cheia de amiguinhos da minha filha correndo e fazendo bagunça; dos vizinhos batendo na porta pra nos presentear com biscoitos quentinhos feitos em forno de lenha...ai, que saudade que eu vou sentir!!!
Outra coisa: as roupas brasileiras vestem melhor. Até achar as lojas certas, demora um pouco pra comprar umas roupas legais. O engraçado é quando a gente está fora acaba acostumando com tudo - até com as roupas - e, com o tempo, passa a achar tudo normal. Eu percebi isto quando voltei pro Brasil; toda roupa que eu vestia, e gostava, minha irmã mais nova - e mais crítica - "torcia o nariz"; teve um dia que ela não aguentou e me disse: Você está se vestindo muito mal, tá parecendo aquelas americanas sem jeito!!!
De uma hora pra outra passei a ganhar roupas, minha avó me deu várias rsrsrsrs...foi aí que eu percebi o quanto eu já estava "americanizada" rsrsrsrs... até as secretárias da casa de minha mãe reclamavam das minhas roupas, dá pra acreditar??? e eu nem acho que eram tão feias assim rsrsrsrsrs...
Mas fora tudo o que eu disse que me daria saudade, acho que eu não vou sentir falta de quase nada. A violência no Canadá é  menor, a corrupção também, o trânsito menos louco; o Canadá é um país mais seguro e mais justo, com todos os defeitos que têm...porque nenhum lugar é perfeito, não é????
Salmo27:4 "Uma coisa peço ao Senhor, e a buscarei: que eu possa morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do Senhor e meditar no seu templo."

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Lista de prioridades

Quando a gente começa o processo de imigração, começa também a sonhar com o fim dele; é inevitável!!! Eu tenho acompanhado blogs e comunidades, e os dois assuntos mais abordados são: prazo de espera pra chegada dos vistos, e o tão sonhado landing no Canadá. Levante a mão quem não está vivendo esta ansiedade, ou quem nunca viveu rsrsrsrsrs....eu creio que a ansiedade faz parte do processo; uns sentem mais, outros sentem menos, mas não tem quem não sinta rsrsrsrsr...eu acho até que o consulado deveria alertar a todos que querem imigrar: O Canadá faz bem pra saúde; porém, o processo pode vir acompanhado de alguns efeitos colaterais como: Ansiedade, Insônia, Estresse, Taquicardia, entre outros...rsrsrsrs...
Depois que eu fui comunicada, pelo meu advogado, que o meu processo havia sido cancelado; eu, como uma cristã praticante, dobrei os meus joelhos e busquei de Deus uma saída; foram meses orando, e quando eu menos esperava, Deus agiu, e o processo foi reaberto - nem o advogado acreditou - foi uma grande surpresa, fiquei feliz como se já tivesse recebido os vistos. Mas não eram os vistos ainda; depois disto, ainda tive que enfrentar a entrevista, os exames médicos, e quase 6 meses de espera até a chegada dos passaportes...aí sim, o processo estava quase finalizado; só que "quase finalizado" não é sinônimo de finalizado. Faltava convencer o meu marido a ir, e só assim, poder finalizar o processo fazendo o tão esperado "landing".
Depois de tentar persuadir meu marido a sair do Brasil, pelo menos por um tempo, e tentar a vida no Canadá, eu vi que só Deus podia convencê-lo; nada do que eu dizia mudava a maneira dele de pensar.
Só que os planos de Deus nunca são frustrados; independente da vontade do meu marido e da minha, tem a vontade de Deus para as nossas vidas, e ela é suprema. Mês passado, de uma hora pra outra, meu marido decidiu, por conta própria, que nós vamos em janeiro, e vamos pra Vancouver. Ele "bateu o martelo"...demorou, mas decidiu...glória a Deus!!!!
Agora que já temos os passaportes com os vistos, que já decidimos quando vamos, pra onde vamos, temos que pensar no que falta ser feito até o dia do embarque...e olha que falta muita coisa!!!
Eu estou falando "nós" considerando que o "projeto Canadá" não é só meu, é do meu marido também, e a maioria das coisas "nós" temos que resolver juntos.
Este final de semana ele veio de BH pra ficar uns dias aqui comigo; aproveitei a presença dele pra alertá-lo sobre tudo que precisa ser feito até janeiro, quando vamos embora...mas ele é muuuuuito descansado, é um típico brasileiro que deixa tudo pra última hora e, às vezes, a calma dele me deixa doida...aguenta coração!!!
Há algum tempo, eu já tenho pesquisado sobre o que fazer ou decidir antes da partida, e até me adiantei em alguns pontos, porém, outras coisas ainda estão pendentes. Eu fiz uma lista do que eu considero prioridade:
1- Escola pra minha filha que só tem 2 anos e meio: Entrei em contato com alguns daycares e consegui colocar o nome dela em algumas listas de espera...isto mesmo, lista de espera. Crianças abaixo de 5 anos só ficam em escolinhas ou creches particulares, e a fila é muito grande, chega até à 2 anos de espera.
Os preços variam, e os métodos de ensino também. Quanto às mensalidades, se a família qualificar, o governo ajuda financeiramente nos pagamentos. Segue o link: http://www.mcf.gov.bc.ca/childcare/subsidy_promo.htm
2- Conta no HSBC: Já estamos em processo de abertura da conta; os docs que o banco requisitou foram enviados hoje por fax; eu acredito que até o final da semana já estaremos com tudo certo.
Eu vejo muita gente preocupada em construir crédito; quanto a isto eu não me estresso não. Por experiência própria, já que o Canadá tem um sistema de crédito parecido com o dos EUA - onde morei por anos - o crédito só é feito com o tempo, não é de uma hora pra outra. Não dá pra ter um bom crédito em 6 meses só usando o cartão...tudo bem que o uso do cartão é um começo, mas um bom crédito é feito através de compras parceladas e pagas, dívidas e pagamentos feitos no prazo; como por exemplo: na compra de um carro financiado, um leasing, um apartamento e etc. Muitas pessoas, visando fazer o crédito, compram carros financiados mesmo tendo condições de comprar à vista; eu vi muito disto nos EUA.
3- Passagens: Tudo indica que compraremos esta semana; e a provável data, segundo a última estimativa que fizemos, será qualquer dia de janeiro depois do dia 9.
4- Seguro médico: Provavelmente fecharemos com a GTA; ouvimos muitos elogios desta empresa, e o escritório que cuidou do nosso processo pro Canadá trabalha com a GTA. Qualquer problema fica mais fácil de resolver.
5- Aluguel de carro: Pretendemos alugar um carro para as duas primeiras semanas. Não dá pra conhecer as cidades, procurar aps com uma criança pequena, contando somente com o sistema público de transporte, por melhor que ele seja; o carro facilita muito. Já tive olhando os preços e acho que vale à pena, dá pra alugar um carro razoável sem gastar muito.
6- Lugar pra ficar: Pra chegada, estive olhando alguns bed and breakfest - tipo pensão - muito legais e com preços mais em conta do que hoteis, fiquei bem interessada; mas também pedi a uma amiga que conheci pelo orkut, e que mora em Burnaby, pra procurar um quarto pra mim, e ela conseguiu um; talvez a gente alugue este quarto pro primeiro mês.
Eu não acho uma boa ideia alugar um apartamento antes de chegar lá. Eu quero chegar, visitar Vancouver e as cidades vizinhas, e resolver a moradia e a escola de minha filha com calma. Alugar um lugar sem conhecer é muito arriscado, a decepção pode ser grande.
8- Mudança: Resolvemos não levar nada, só as coisas pessoais. Só tem 2 anos que nós viemos dos EUA com a mudança toda, toda mesmo; não compensa pagar transportadora de novo pra levar tudo pro Canadá; como também não compensa vender barato por aqui. Meu fogão, geladeira, tv e movéis são novos, nunca foram usados, estão na caixa; mas como toda mercadoria que sai da loja perde valor, as pessoas só compram se forem bem em conta, e pra vender barato, eu prefiro não vender; vai ficar tudo como está, e vamos começar do zero no Canadá...a não ser que alguém pague o preço justo.
E mesmo pra levar só as malas com as coisas pessoais, ainda vamos ter muito trabalho; não vai dar pra levar todas as roupas, todos os sapatos, todos os brinquedos; vamos ter que separar tudo, e escolher o que vai, o que fica, e o que vai ser doado...não vai ser uma tarefa das mais faceis...sem contar que teremos que resolver sobre as coisas que nos servem como referência e que não podem ficar pra trás; como os albúns de casamento, nascimento, alguns livros e dvds.
9- Documentos: Vou ter que separar os documentos que tenho que levar na mão, os que vão nas malas, e os que vão ficar. Quanto a declaração do imposto de renda, por enquanto, não vou cancelar. Eu morei 8 anos nos EUA e declarava todo ano aqui no Brasil, não tive problemas; e como ainda manteremos uma fazenda em MG, não vai dar pra fazer a saída definitiva; resolvemos deixar isto mais pra frente.
10- A despedida: Em duas semanas meu marido estará indo ao Pará se despedir de uma parte da família dele; em dezembro sou eu que estarei indo à Salvador me despedir da minha família e de alguns amigos...esta parte é triste, porém, necessária, não tem como pular esta etapa...
Acho que é só...mas se por acaso, eu estiver esquecendo alguma coisa, me avisem...rsrsrsrsrsrs...

sábado, 11 de setembro de 2010

Eu estava no 11 de setembro...na Florida

Uma das melhores coisas de ser brasileiro é não ter que se preocupar, pelo menos de forma direta, com ataques terroristas. É verdade que em algumas capitais, facções criminosas já agem como terroristas, mas ainda sim, em minha opinião, não são ações em pontos inusitados, em qualquer lugar à qualquer hora, para atingir centenas de pessoas inocentes, e chamar atenção da mídia e do governo; como fazem as organizações terroristas.
Eu, uma brasileira comum, baiana, que nunca tinha passado por uma situação real de guerra, conflito, ameaça ou coisas do tipo; me vi, de repente, numa cena de filme. Sim, pq o 11 de setembro há 9 anos atrás parecia uma cena de Hollywood; até mesmo pra mim, que não estava em NY, e sim, na Florida.
Era de manhã ainda, eu estava numa aula de inglês quando, de repente, uma das alunas foi chamada pra pegar a filha na escola; em poucos minutos outra foi chamada também, e foi embora. A turma foi liberada pro "break" minutos depois, e os celulares de todo mundo não paravam de tocar - menos o meu, pq eu não tinha rsrsrsrs... - foi quando eu fiquei sabendo, pela internet, que o World Trade Center havia sido atacado por 2 aviões. Mas, até aí, ninguém estava entendendo nada, as informações eram desencontradas; até ser divulgado, pelo rádio e pela tv, que todos deveriam ir pra suas casas por questão de segurança, pq o país estava sendo atacado, haviam aviões desaparecidos e podiam cair em qualquer lugar...era inacreditável!!!
Até então, eu não estava pensando no ataque em si, pq ainda era uma ideia surreal, porém eu comecei a pensar em minha avó, em minha mãe que podia estar assistindo no Brasil; fiquei pensando na preocupação delas comigo, e resolvi ir pra casa ver o que realmente estava acontecendo, e depois ligar pro Brasil pra dar notícias. Deixei a escola depois das 10:00 da manhã, um horário, normalmente, de trânsito tranquilo; mas naquele dia estava tudo diferente: o trânsito estava engarrafado, muito lento, tinham carros tentando sair da highway pelo meio-fio, muita gente buzinando - os americanos raramente buzinam - e muitos carros de polícia por todo lado. Pra ver se o tempo passava mais rápido, liguei o rádio; pra minha surpresa, todas as emissoras apitavam "Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii....", como um sinal de alerta, e depois um locutor entrava pedindo, em inglês e espanhol, que todos evitassem ficar nas ruas e fossem para as suas casas o quanto antes até uma segunda ordem...me senti em um filme de guerra, acho que eu e todo mundo que estava ao meu redor; dava pra ver a cara de pânico das pessoas...
Ao chegar em casa liguei a tv e, ao mesmo tempo, liguei pro Brasil; a família toda estava muito preocupada, me diziam pra não sair em casa, que "vários" aviões tinham caído, que mais não sei quantos estavam desaparecidos e podiam cair em qualquer lugar - nisto eles imaginavam que podiam cair bem na minha cabeça, né??? rsrsrsrs... - era um alarde mundial, medo geral. Minha mãe só dizia que assim que os aeroportos fossem reabertos, que eu iria voltar pro Brasil, que eu não era maluca de querer ficar num lugar como os EUA, que além de furacão e tornado, ainda era alvo de terroristas... pressão total!!! rsrsrsrs...
Muitos pensaram como minha mãe e começaram a ir embora; eu lembro que o consulado chegou a fretar vôos pra tirar brasileiros dos EUA...parecia uma guerra de verdade!!! mas eu resisti e fiquei, contra tudo e contra todos rsrsrsrsrs...
Quanto mais eu assistia as cenas dos ataques na tv - pq passavam o dia todo, todos os dias - , menos eu acreditava, só parecia real à  noite, quando dava pra ouvir aviões do exército sobrevoando a cidade.
Em poucos dias já era comum encontrar soldados pelas ruas, nos mercados - e olha que eu não estava em NY, eu estava em Palm Beach - policias fechando predios inteiros à procura de suspeitos ou ameaças à bomba, lugares sendo interditados e etc. Todo este clima de tensão começou a contagiar às pessoas, inclusive eu, que também fiquei meio que "em alerta" constante.
Eu lembro que poucas semanas depois do atentado, eu estava numa aula, quando o alarme da escola tocou - era um som bem estridente, incômodo aos ouvidos - e todos se levantaram, e se colocaram em fila, disciplinadamente - e eu, com uma vontade muito grande de correr, estilo "salve-se quem puder" rsrsrsrsrs... - e, ao sair da sala, eu e os demais alunos - todos visivelmente preocupados - fomos informados que se tratava apenas de um treinamento... me deu uma vontade de dizer: Treinamento??? vcs querem me matar??? se era um treinamento me avisasse antes, eu quase morri!!!!
Mas para os americanos, este tipo de treinamento é normal; desde pequenos eles aprendem nas escolas como se comportar em casos de incêndio, furacão, e outras situações de emergência. Eu é que era a "estranha no ninho", que não estava entendendo nada rsrsrsrsrs...
Depois do 11 de setembro os EUA mudou ou, pelo menos, eu senti que mudou. Até fazer coisas corriqueiras, como ir ao correio ou parar no sinal, às vezes, parecia uma grande aventura.
Certo dia eu fui colocar uma carta no correio, era umas 2:00 da tarde; quando cheguei notei que o estacionamento estava vazio; o posto parecia estar abandonado, não tinha quase ninguém, estava entregue às "moscas", só tinha um funcionário no balcão. Eu estranhei mas entrei, perguntei o por quê daquela calma toda, o funcionário deu um risinho, e disse que não sabia; paguei pelo envio da correspondência, e fui embora com aquilo na cabeça...mas quando eu cheguei em casa descobri, pela tv, que o tal correio havia recebido envelopes com Antrax (uma substância tóxica que estava sendo enviada pra diversos lugares em uma ação terrorista)...se eu tivesse ido pela manhã, eu teria dado de cara com a polícia, o FBI, os cães farejadores, e todo o aparato anti-terrorismo...ai, que medo!!!
Já em uma outra vez, indo pra escola, parei no sinal vermelho; bem na esquina tinha um homem com um turbante na cabeça, com uma daquelas roupas pretas compridas, que fecha o corpo todo, uma barba grande estilo "Bin Laden", e um sorrisinho dissimulado. Eu percebi um certo pânico no rosto das pessoas que estavam paradas junto comigo esperando o sinal abrir, era um medo visível; minhas pernas tremiam, os minutos do sinal pareciam uma eternidade...quando o sinal ficou verde e eu, enfim, passei, e pude analisar a situação com mais calma; me senti uma completa "idiota"...o "do turbante", parado na esquina, devia estar rindo da minha cara e das outras pessoas, talvez ele estivesse lá "plantado na rua" só pra dar umas risadas às custas dos "apavorados" rsrsrsrsrsrs...
Hoje eu posso contar isto com uma certa graça, mas de engraçado não tem nada. Foi um episódio muito triste para os EUA e pro mundo. Muitos inocentes de várias nacionalidades perderam suas vidas de forma cruel, pelo radicalismo de um pequeno grupo. Muitas famílias ficaram incompletas, e muitos filhos ficaram órfãos...nada justifica tanto ódio. Depois dos atentados de 11 de setembro, os EUA ficaram reféns do medo; e é bom lembrar que os EUA não é somente um presidente ou um grupo de líderes, são famílias de diferentes crenças e origens...o ocidente, de uma certa forma, também ficou refém do medo - tirando o Brasil, é claro!!! é uma excessão... - Inglaterra, Canadá, França, entre outros, passaram a ser alvos...até quando???
Rm 14:11-12 "Porque está escrito: Como eu vivo, diz o Senhor, que todo o joelho se dobrará a mim, e toda a língua confessará a Deus. De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus."