"Agrada-te do Senhor, e Ele satisfará os desejos do teu coração. Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais Ele fará." Sl37: 4-5















sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Aprendendo a viver

Acabei de chegar do hospital, quero dizer, do que eles chamam aqui de hospital. Eu falo assim porque, nem de longe, tem a estrutura que um hospital de verdade deveria ter; a começar por médicos de plantão, não tem nenhum.Quando um paciente chega em estado grave, as poucas enfermeiras, que também são recepsionistas, ligam pro médico, que, só com a sorte elas conseguem localizar, pra que ele apareça por lá pra analisar o caso; ou seja, é só Deus na causa!!! Coisas do interior do Brasil...
Mas voltando ao assunto: eu fui lá pra visitar uma amiga que tinha tido neném. Não era hora de visita, já passava das 10:30 da noite, porém, eu queria muito vê-la; e é lógico que não quiseram me deixar entrar de primeira, eu tive que insistir muuuuuito até a enfermeira ceder e me deixar entrar. Consegui ver a minha amiga e o bebê, lindo por sinal!!!
Essa minha amiga é uma pessoa maravilhosa, é daquelas pessoas doces, prestativas, que abraça os trabalhos da igreja com muito amor, sabe??? Ela foi a minha primeira amiga aqui. É uma pessoa muito humilde, batalhadora; casou muito nova e quando eu a conheci, ela já tinha 3 filhos. E, pra evitar um quarto, tomava injeções anticoncepcionais no posto de saúde. Até que o médico que prescrevia a receita pra ela resolveu trocar o medicamento sem maiores explicações, e nessa, ela engravidou pela quarta vez... isto mesmo, quarta vez!!! Quando ela soube que esperava mais um filho chorou muito; criar 3 filhos com um salário mínimo já estava difícil, imagine 4 filhos. Mas ela, como uma serva de Deus, entendeu que era preciso confiar no Senhor, se acostumar com a ideia de ter mais um filho, e ama-lo muito, porque, mesmo sem ter sido planejado, ele era um presente de Deus pra vida dela.
Pois bem, Asafe - nome bíblico de um ministro de louvor - nasceu perfeito, saudável, deixando o pai, os familiares e os amigos muito felizes com a sua chegada.
Era um dia pra ser marcado pela alegria, mas, infelizmente, ao mesmo tempo que muitos estavam comemorando à vida, pelo nascimento de Asafe, muitos outros estavam chorando suas perdas na cidade. É que dois jovens, um moço e uma moça, estavam sendo velados hoje, por terem falecido ontem num trágico acidente de carro quando voltavam da faculdade, localizada numa cidade vizinha, há 1 hora e meia daqui. As estradas daqui são muuuuuuito perigosas!!!
Como eu moro numa cidade pequena, notícia ruim aqui se espalha como rastro de fogo, na maior velocidade. Quando alguém morre, a cidade inteira fica sabendo. Aqui ainda é um lugar que as pessoas se identificam pelos apelidos ou pelos sobrenomes, todo mundo se conhece.
Diante desses dois fatos: o nascimento de Asafe e a morte dos dois jovens, eu fui levada a refletir como que a nossa vida é passageira, como que num mesmo dia crianças nascem, e outros morrem; é o ciclo da vida que não para. Uns se alegram com a chegada de mais um membro na família, e outros sofrem com a despedida precoce de seus entes queridos.
Agora eu quero te convidar a refletir comigo: Às vezes nos desgastamos tanto com os problemas do dia-a-dia; com as contas que estão atrasadas; com a bagunça do marido; com a desobediência dos filhos, enfim...que esquecemos de viver a vida de forma plena, deixamos a vida passar. Guardamos mágoas, raiva, às vezes somos levados a odiar, mesmo que sem querer, e não pensamos que tudo isso é tão pequeno se olhado da perspectiva de que a qualquer hora podemos não estar mais aqui... não é assim???
A vida é tão curta!!! não podemos jogá-la fora por coisas sem importância...
Meu marido tem a mania de ficar fazendo planos pra daqui há 3, 4 anos. Ele chega ao cúmulo de discutir comigo por causa dos namoros que minha filha vai ter na adolescência, e ela só tem 2 anos e meio rsrsrsrsrsrsr... ou seja, sofre por algo que a gente nem sabe se vai ver acontecer. Eu tenho que sempre lembrar a ele que o nosso futuro pertence a Deus, que não adianta ficar ansioso, estressado; nós devemos é viver bem o hoje, e deixar o amanhã pro Senhor direcionar.
Pense você em quantos momentos você já deixou de desfrutrar por causa de uma briga, de um mal-entendido. Quantas vezes você se irritou, se estressou por bobagens, por coisas insignificantes, passageiras??? Não vale à pena!!!
Não podemos valorizar as pessoas que amamos só depois que elas morrem, precisamos aprender a valorizá-las hoje, agora.
Uma das coisas que eu tenho buscado ultimamente é qualidade de vida, seja fisicamente falando, quanto emocionalmente e espiritualmente.
Morar no Canadá pode proporcionar uma vida melhor no que diz respeito à segurança, as oportunidades, porém, isto não é tudo que uma pessoa precisa; as pessoas precisam querer ser felizes com a vida que têm. Isto independe de país, tem mais haver com atitude.
Morar no Canadá - um país lindo, seguro, mais justo do que o Brasil - e levar uma vida estressada, nervosa, insatisfeita, sempre querendo mais e mais, de que serve??? Pra mim, não serve de nada... troca-se de país, de cenário, mas a vida continua a mesma: Infeliz.
Lc12:20-21 "Mas Deus lhe disse: Louco! esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, pra quem será? Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus."

A hora tá chegando...

É incrível como neste último mês aqui no Brasil, Deus tem me dado o privilégio de conhecer - pela net rsrsrsrs.. - pessoas tão bacanas tanto aqui no Brasil quanto no Canadá. Através dos blogs tenho conhecido pessoas especiais.
Como eu vivo no interior, não dá pra fazer ou participar dos encontros com famílias que estão no processo; como geralmente acontece nas capitais, eu sou a única da cidade inteira que está indo pro Canadá rsrsrsrsrs...
Bom, meus queridos e novos amigos, a hora tá chegando e eu não fiza nada, nada mesmo; as únicas coisas que já estão certas são: as passagens, que já estão compradas; o carro, que já foi vendido; e a conta do HSBC, que já foi aberta; não fizemos nada além disso. Aí você pode estar se perguntando: E o que falta???
Eu ainda não reservei hotel, não contratei o seguro médico para os primeiros meses, não aluguei o carro... por falar em carro, a Enterprise enterprise.com está com os preços bem em conta, vale à pena dar uma olhada. O Gabriel, um dos meus amigos bloggeiros, me passou o site e ele mesmo já conseguiu alugar carro por uma semana por apenas $140 dólares.
O que mais falta??? tudo!!! Ainda não arrumei as malas, não acabei meus exames, não coloquei os documentos em ordem, não fiz as procurações que tenho que deixar, não correi atrás da carteira internacional, não transferi dinheiro pro Canadá, não comprei dólares, enfim, estou fingindo que não estou indo ou não quero cair na real de que a hora está chegando rsrsrsrsrsrsrs...
Ontem eu recebi uma mensagem no orkut de um dos meus jovens da igreja dizendo mais ou menos assim: Eu já estou triste de pensar que você está indo embora e vai me deixar aqui, mas eu nuca vou te esquecer, você vai ficar marcada em minha vida... Como é que eu posso querer ir embora??? meu coração parte com essa declarações de carinho... Mas hoje eu acordei decidida a colocar a minha listinha de prioridades no papel e começar a agilizar a minha vida; não dá mais pra fingir que eu não estou indo embora; o tempo tá passando e eu não quero passar pelo sufoco que passei na vinda dos EUA pro Brasil. Ficamos até às 2:00 da manhã arrumando malas - com a ajuda de uns 5 amigos da igreja - porque tínhamos deixado tudo pra última hora; chegamos no aeroporto às 3:00 e o vôo saia às 5:00...uma loucura total!!! eram 11 malas enormes!!! quando chegamos no Brasil não conseguíamos achar nada, porque arrumamos do jeito que deu, na pressa ninguém tinha como organizar nada direito. Meu marido ficou tão traumatizado com as 11 malas que agora ele já disse que nós só levaremos as malas que temos direito, 2 malas por pessoa e só rsrsrsrsrsrsrs...
Bom gente, meu marido está querendo usar o meu laptop, o dele não está funcionando há 3 dias e estamos dividindo o meu, então, nos vemos na próxima postagem...

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

As reviravoltas da vida

Como vocês já sabem, atualmente eu estou morando no interior de MG, em uma cidade muuuuuito pequena; tão pequena que não tem cinema, restaurante japonês - muito menos chinês ou italiano rsrsrsrsr... - shopping, não tem quase nada rsrsrsrsrsrsrs... O ponto-de-encontro da cidade é a pracinha principal que tem um grande e lindo chafariz no meio, e só rsrsrsrsrsrs... Talvez você esteja pensando: "Como é que você foi parar aí???" ou "Como é que você aguenta morar num lugar assim???" rsrsrsrsrs... Primeira resposta: Deus olhou pra mim e achou que eu combinaria com um homem do interior.
Um belo dia, enquanto eu estava sentanda saboreando um delicioso churrasco no aniversário de um amigo meu na Florida; de repente, um rapaz parou na minha frente e me olhou como se estivesse hipnotizado...nesse momento uma voz disse no coração dele: É essa a sua esposa. E eu, sem saber de nada, nem olhei pra ele. Pois bem, ele, então, se aproximou e perguntou o meu nome, eu respondi, e ele me perguntou de onde eu era, eu respondi que era de Salvador; mas nesse momento ele pareceu estar em outro lugar, ele estava meio em outro planeta rsrsrsrsr... e me perguntou com a cara de quem está nas nuvens: Você é de onde mesmo??? Eu disse: Salvador, Bahia!!!
Ele, então, pra se aproximar de mim, sentou do meu lado, mas eu, sem perceber, depois de uns 5 minutos, levantei e fui embora. Não por causa dele, simplesmente, fui pra casa. Dois dias depois o telefone tocou, era ele; ele se apresentou muito educadamente - eu nem lembrava dele, do rosto, de nada - e eu, meio que pra cortar, fui logo dizendo: Olha, eu não estou procurando um namorado, eu estou procurando um marido, se não for pra casar pra mim não serve kkkkkkkkkkkkk... eu disse mesmo!!!! curta e direta, sem meias palavras rsrsrsrsrsrsrs... Ele podia ter corrido de mim naquela hora, mas ele gostou e nós começamos a conversar... Nos falamos todos os dias, durante ums semana, pelo telefone, e já no final da semana fomos jantar juntos. Ele me levou a um restaurante maravilhoso!!! foi cavalheiro em tudo; abriu as portas pra eu entrar, em nenhum momento foi invasivo, não encostou em mim, sem falar que ele estava lindo... em determinado momento, quando ele veio andando na minha direção - parecendo cena de filme rsrsrsrsrsrs... - Deus falou no meu coração com uma voz suave: Você vai casar com ele... Falou mesmo, era uma voz que trazia paz, certeza, sabe??? Porque quando Deus fala não há dúvida, não há medo, Ele traz paz... saí daquele restaurante com a certeza de que eu já estava noiva, mesmo sem ele ter falado nada rsrsrsrsrsrsrs... Liguei pra uma amiga e irmã de oração,  daquelas que é só ligar que ela já entra na intercessão; contei sobre o meu pretendente e ela marcou de nos encontrarmos pra nós estarmos orando a esse respeito.
Liguei também pra minha mãe no Brasil, às 6:00 da manhã, pra dizer que eu ia casar rsrsrsrsrsrs... quase a matei do coração rsrsrsrsrsrs... ela foi logo dizendo: Você é maluca!!! você nem conhece esse homem, e se ele for um psicopata???? Renata, você é doida e quer me deixar maluca!!!! kkkkkkkkkkkk...as mães sofrem, como sofrem!!!
Minha amiga me levou pra oração; era só eu, ela e mais duas pessoas; e ela, na oração disse assim: Espírito Santo de Deus, se esse homem é realmente o marido que o Senhor tem pra Renata, acorde ele agora e coloque amor no coração dele... Depois disso oramos mais um pouco e fomos embora. Quando eu olhei pro meu celular tinha uma chamada perdida e uma mensagem; fui, então, ouvir a mensagem, e a mensagem dizia assim: Renata, eu estava dormindo quando o Espírito Santo de Deus me acordou e eu queria que você soubesse que eu te amo. Resumo da história: Casamos em 40 dias, isto mesmo, somente em 40 dias; conheci ele no dia 20 de dezembro, casamos no dia 30 de janeiro. E já temos 7 anos de casados rsrsrsrsrs...
Como eu casei muuuuuuuito rápido, eu não tive tempo pra conhecer muito da vida dele, nem ele da minha. Eu casei sem saber que ele era do interior, que tinha fazenda, que ele pensava um dia morar lá, coisas básicas, sabe??? eu só tinha a certeza de que ele era o homem que Deus tinha pra mim. Isto pra mim já era o suficiente porque se Deus estava me dando ele, é porque ele era o melhor pra mim; um pai de verdade não dá nada de ruim pra um filho, quem dirá Deus, que é muito mais do que um pai.
E foi assim que eu vim parar aqui, casando com um homem que pertence a uma família de fazendeiros rsrsrsrsrrsrsr...
Segunda resposta: Eu tenho certeza de que Deus me deu o meu marido, sendo assim, não é uma coisa que eu posso trocar a cada vez que as coisas não estejam bem. O meu marido decidiu, por "n" motivos, que nós deveríamos passar um tempo aqui no interior organizando as coisas, e eu tive que apoiá-lo. Agora, o conseguir ficar aqui, no começo foi bem difícil; confesso que muitas vezes pensei em largar tudo e ir embora... Eu, criada em capital, formada, depois de morar em Boca Raton - uma cidade maravilhosa na Florida - vim parar em Pavão!!! que, pra mim, nem existia no mapa; imaginem como eu me senti... eu me senti um "peixe fora d`água"!!!
Mas quem crer em Deus e confia NEle, não se deixa vencer pelas lutas. É nos momentos mais difíceis que nós buscamos, em oração, a força e o direcionamento daquele que nunca falha.
Eu não tinha vontade de sair de casa, passava o dia vendo o tempo passar; ficava constantemente me perguntando: O que eu vim fazer aqui??? Porém, eu não deixava de orar, de dividir com o Senhor minhas angúsitias, ansiedades, eu pedia que Ele, de alguma forma, me mostrasse o por quê de eu estar passando por tudo aquilo.
O começo foi difícil, mas, o tempo foi passando, e eu fui vendo a mão de Deus. Comecei a observar o quanto eu estava sendo abençoada em poder acompanhar, tão de perto, a primeira infância da minha filha. Comecei a notar a alegria dela com os bichos da fazenda - ela é apaixonada por cavalos, corre atrás das galinhas, brinca com os gatos e cachorros... - em como ela estava se socializando bem com as crianças da vizinhança, da igreja, da pracinha; sem falar da alimentação, quase toda vinda da fazenda de meu sogro, sem agrotóxicos, tudo muito saudável.
Comecei a abrir meu coração pra cidade, fui me envolvendo na igreja, fazendo amigos; meus dias começaram a ficar cheios. O pastor, ao ver minha disposição, foi me dando tarefas; eu assumi a turma dos jovens na EBD, passei a ministrar na igreja, quando eu vi, eu já estava com uma nova família... Hoje eu posso dizer que gosto mais daqui do que meu marido; gosto tanto que cheguei a propôr ao meu esposo ficar aqui mais um ano, só pra não me afastar dos jovens que tenho discipulado.
Moral da história: Se você já emigrou ou quer emigrar, o começo nem sempre é fácil, mas isso não significa que você tomou uma decisão errada. As dificuldades existem em qualquer lugar, mas elas passam, é só abrir o coração e confiar de que Deus está no controle pra te direcionar e fortalecer.
Falo com conhecimento de causa, afinal, saí dos EUA pra Pavão, e consegui me realizar e ser feliz; quem dirá quem sai do Brasil pro Canadá rsrsrsrsrsrsrsr...
Falando sério agora, se nós estivermos bem com nós mesmos, nós fazemos o lugar.
Se estamos bem em família, como casal, os problemas nos une, as dificuldades nos fortalece, superamos tudo com muito amor; mas, por outro lado, se já não estamos bem, o céu fica cinza, o paraíso vira deserto, e nada tem graça...
Pv4:25-26 "Os teus olhos olhem para frente...pondera a vereda de teus pés, e todos os teus caminhos sejam bem ordenados."

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

"Quando tudo diz que não..."

Já há algum tempo eu acompanho blogs sobre o Canadá, quero dizer, há muuuuuuuuito tempo rsrsrsrsrs...desde que surgiu a ideia de ir pra lá há quase 4 anos rsrsrsrsrs...ou seja, já deu pra ler sobre as experiências de muita gente; mesmo sem saber o nome das pessoas, ou mesmo o nome dos blogs de cabeça, eu lembro de muitas histórias interessantes, outras marcantes.
Tem alguns blogs que me chamam uma atenção especial, como por exemplo: o de casais que fizeram todo o processo super animados, empolgados, unidos, em sintonia, e que quando chegaram no Canadá, quando as lutas começaram a aparecer, as postagens foram diminuindo, os textos foram ficando tristes e, de repente, os blogs foram deletados ou abandonados. Outro tipo de blog e de postagem que me "toca" também é o daqueles que desistiram do processo por alguma dificuldade encontrada no caminho; e é sobre esses que eu quero falar hoje.
Eu estava visitando alguns blogs por esses dias, como sempre faço, e encontrei um casal - não lembro de que blog - que não alcançou a pontuação mínima do skilled workers, tendo o processo negado. Diante desse fato, eles, pelo que li, desistiram da ideia de imigrar pro Canadá. Assim como esse casal, eu também li há algumas semanas, duas outras famílias que tiveram seus processos negados por outras razões... A tão sonhada "porta" canadense se fechou pra eles. Eu não consigo ler essas histórias sem me colocar no lugar desses casais, dessas famílias, não tem como não se imaginar na mesma situação. Pra mim chega a ser fácil saber o que eles estão passando porque eu mesma senti na pele a frustração de ter o meu tão esperado processo cancelado da noite pro dia... não foi fácil, mas como cada pessoa reage de um jeito diante de uma porta que se fecha, no meu caso, eu optei por não desistir.
Nas minhas incansáveis pesquisas no google sobre o Canadá, certa vez encontrei um cara revoltadíssimo com o país; ele estava em uma verdadeira campanha contra a imigração de brasileiros pro Canadá por ter tido seu visto de trabalho negado. Ele tinha sido convidado por uma empresa canadense pra trabalhar lá, estava tudo certo, todos os documentos em ordem - segundo ele -  mas teve o pedido de visto negado pelo consulado por não ter provado que voltaria pro Brasil assim que o contrato de trabalho acabasse.
O caso desse rapaz é interessante, e me chamou atenção, pela revolta que ele desenvolveu contra o país por ter recebido um "não". Mas aí eu penso que, se nós pararmos e nos entregarmos à revolta, à ira a cada "não" que recebemos, nós estamos perdidos!!! Quem está no mercado de trabalho sabe do que estou dizendo; quantos "nãos" recebemos pra conseguir o primeiro "sim"???
Eu lembro que nos EUA eu tive que ir pra inúmeras entrevistas, recebi vários "I will call you...", desanimei em muitos momentos, até que um dia uma porta se abriu...e não era qualquer porta, era a porta de uma empresa canadense de grande porte com filial na Florida... e se eu tivesse desistido pelos muitos "nãos" que recebi???
Esse rapaz do visto negado poderia ter olhado as coisas por um outro ângulo, tipo: Me negaram, mas Deus está no controle, vai ver que não era o melhor momento agora, mas vou estudar o francês - ou inglês - vou juntar uma grana, vou correr atrás dos pontos e vou aplicar como imigrante... ele poderia ter escolhido lutar pelo seu objetivo. O problema é que desistir e se entregar é sempre o caminho mais fácil.
Quando eu soube que o meu processo tinha sido cancelado, eu senti uma frustração enorme, todos os meus planos e sonhos estavam indo por "água abaixo", meu marido, então, foi logo dizendo: Deixa isso pra lá, vai ver que não é pra gente ir mesmo... Eu poderia ter ficado arrasada, ter ficado com raiva e ter desistido, como uma grande parte faz; mas não, eu não desisto fácil rsrsrsrsrsrsrs... principalmente, quando é algo que Deus colocou em meu coração; e eu tenho certeza que o Canadá entrou na minha vida pelas mãos do Senhor, eu não tenho dúvidas disso. Pois bem, o meu advogado já estava pensando em aplicar tudo de novo, porque, segundo a experiência dele, dificilmente o consulado voltaria atrás em uma decisão tomada.
Sem falar com meu marido - muito menos com o advogado - eu entrei em um propósito de oração; comecei a buscar a Deus, pedi direcionamento a Ele e "corri atrás do prejuízo" rsrsrsrsrs... liguei pro consulado e falei com a pessoa responsável pelos processos. Ele foi super frio, não me deu nenhuma esperança; eu desliguei o telefone arrasada, literalmente...eu podia ter desistido nesse momento, tinha tudo dizendo que não ia dar certo, mas, mais uma vez, eu não desisti. Continue com as minhas orações e Deus me lembrou das muitas conquistas que tive nos EUA correndo atrás... Americano dá muito valor a quem tem garra, força de vontade, determinação...eu, então, pensei: Vai ver que canadense é parecido rsrsrsrsrsrs... eu vou escrever um email pro consulado, em inglês, explicando o por quê que eu acredito que eles deveriam reabrir meu processo e me aceitar como skilled workers, vai que funciona...E foi exatamente o que eu fiz...e continue orando, orando e orando rsrsrsrsrsrs...
Um mês depois do email que eu enviei recebi dois emails: um do advogado e um do consulado. O do advogado dizia mais ou menos assim: Eu não imaginei que o consulado fosse reabrir o seu processo, mas eles reabriram e marcaram sua entrevista pro dia... O do consulado foi me passando a lista dos documentos que eu deveria apresentar no dia da entrevista... Glória a Deus!!!!!!!!!!!! Agora eu te pergunto: E se eu tivesse desistido diante do primeiro obstáculo???
Tem processos que fluem, tudo sai no tempo esperado, não tem estress, as notas do IELTS saem de primeira, tudo perfeito; já outros, como o meu rsrsrsrsrsrsrs, são cheios de emoção: É IELTS que trava, é cancelamento, é entrevista que tem que ser remarcada, mil e uma coisas, tudo fora do normal rsrsrsrsrsrsrs... Vocês acreditam que até no dia da minha entrevista, todo mundo que estava esperando junto comigo entrou entrou pra ser entrevistado, enquanto eu, depois de 2 horas de espera, fui chamada pra ser comunicada que a pessoa que iria me entrevistar tinha tido um imprevisto e só poderia me receber no dia seguinte???  até por isso eu tive que passar. Imaginem vocês o meu nervosismo de ir pra entrevista e saber que eu tinha que passar por toda a ansiedade novamente pra voltar no outro dia... não foi fácil não!!! Mas eu penso que eu poderia ter perdido o meu visto se, em qualquer dos obstáculos que apareceram, eu tivesse desistido.
É bom ressaltar que cada caso é um caso, cada história é uma história. Às vezes, uma porta que se fecha nas nossas vidas, nos leva a olhar pra outras direções e nos faz ver possibilidades que antes não tínhamos visto. Nem sempre o que parece ruim num primeiro momento é  o mal pras nossas vidas.
Eu penso muito em como Deus foi bom comigo de não ter permitido que eu me casasse com algum dos meus exs rsrsrsrsrssrsr... sério!!! na hora que a gente acaba, sofre, sente, mas depois que passa... que alívio!!!! rsrsrsrsrsrsrs... hoje, quando eu vejo o marido maravilhoso que Deus me deu, a filha linda que eu tenho, é que eu entendo que todos os relacionamentos que não deram certo - graças a Deus por isso rsrsrsrsrsrsrs... -  foi para o meu próprio bem. 
Eu já li sobre famílias que tiveram seus processos pro Canadá negados, e que, depois, imigraram pra Austrália, pra Nova Zelândia, enfim, encontraram outros caminhos e se realizaram neles.
Eu quero, através desta postagem, encorajar àqueles que ainda têm o Canadá como objetivo, a não desanimar diante das dificuldades.
1Jo5:14-15 "E esta é a confiança que temos nele, que se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, Ele nos ouve, e, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que já alcançamos as coisas que lhe temos pedido."
Segue uma música que eu acho linda, muito boa pra nos inspirar a prosseguir rsrsrsrsrsrs...

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

"Uma mão lava a outra..."

Sem dúvida, uma das maiores preocupações de quem vai emigrar sem conhecer o país de destino, sem ter parentes ou amigos pra dar suporte, é a chegada. "Como vai ser???", "Onde vamos ficar???", "Será que vou conseguir???", são pensamentos comuns de quem vai aventurar uma nova vida só com a cara e a coragem. Mas é bom a gente sempre ter em mente que não seremos os primeiros a abraçar esse desafio, nem tão pouco os últimos. E que se pensarmos na quantidade de pessoas sonhando em ter um visto de residência, sonhando com a chance de poder viver em um país de "primeiro mundo" legalmente, a chegada, por mais difícil que pareça, deve ser saboreada com gostinho de vitória: "Deus me abençoou e hoje estou vivendo meu sonho..." Quem chega no Canadá pela fé e tem um coração agradecido deve pensar desse jeito; afinal, mesmo com todas as dificuldades, estão vivendo o sonho de muitos.
Meu marido estava bem preocupado com a nossa chegada - chegaremos em janeiro -  há dias vinha me cercando, fazendo perguntas, e vinha com frases do tipo: Será que a gente vai conseguir trabalho??? Será que vai dar certo???...ou afirmações como: Se a gente não conseguir nada vamos fazer isso e aquilo...
Eu nem alimento muito essas conversas, me limito a dizer: Se Deus está nos levando, Ele vai nos garantir, não tem nos garantido até aqui??? então, por que a preocupação???
Mas confesso que palavras e pensamentos negativos, por mais que não aceitemos, acabam plantando dúvidas em nossos corações; tudo pra abalar a nossa fé, pra tirar o foco do nosso objetivo.
De tanto minha "cara-metade" insistir com os pensamentos de dúvida rsrsrsrsrs... resolvi entrar em contato com o casal do blog http://piauiensesnocanada.wordpress.com/ que há algumas postagens atrás, me enviou uma mensagem se oferecendo pra nos ajudar no que precisássemos na chegada. Detalhe: a postagem não falava nada sobre isso; acho que eles leram, gostaram e, gentilmente, se colocaram à nossa disposição...glória a Deus por isso!!! rsrsrsrsrsrs...
Pois bem, entrei em contato com eles, os adicionei no msn e no skype e ontem, já final da tarde, conseguimos conversar...nossa, a conversa foi ótima!!! meu marido ficou muito animado e eu, que vocês sabem que ainda estou com o coração no trabalho que tenho feito na Igreja aqui, comecei a me ver morando no Canadá... O Estevam e sua esposa foram maravilhosos, não tenho nem como agradecer a atenção que eles nos deram. Teve uma coisa que ele me falou que chamou a minha atenção: Nós queremos ajudar vocês como os "Ursos" - se referindo ao blog dos Ursos do Canadá - nos ajudaram rsrsrsrsrs...
Através da ajuda que eles receberam dos Ursos, muitas dificuldades foram superadas, como por exemplo a moradia: Os ursos alugaram um ap bem em conta pra eles no centro de Vancouver, super bem localizado; ou seja, eles chegaram já com um lugarzinho pra chamar de casa. Eles me mostraram todo o ap ontem pela câmera e eu achei ótimo, é de um quarto só, mas pra um casal que está começando a vida não precisa nada mais do que isso, gostei muito. Eles até me falaram de um ap no mesmo predio que está vago mas, infelizmente, pra gente que tem uma filha não dá. Eu até cogitei a possibilidade de alugar por 6 meses, porém, o leasing é de 1 ano, aí complica... Eles viram no google map o hotel que vamos ficar e disseram que a área é muito boa, "centrão" de Vancouver... ainda bem porque foi o preço mais em conta que eu encontrei rsrsrsrsrsrsrs...
Então o plano é: Chegar, ficar no hotel, alugar um carro, tirar os documentos necessários e rodar muuuuuito pra escolher um ap pequeno, de 2 quartos, muuuuuuuuito barato e bem localizado rsrsrsrsrsrss... Esse bem localizado é que seja próximo a daycare, área residencial, boa pra quem tem filhos.
O Estevam nos passou os números de celular e da casa - eu não sei nem como agradecer - e disse que nos ajudaria a conhecer os lugares e também nos apresentaria ao grupo brasileiros que eles conheceram por lá. Parece que eles sempre se reúnem pra conversar, jogar baralho, enfim, acho que matar um pouco da saudade do Brasil rsrsrsrsrsrs...
Quanto ao Estevam e sua esposa, eles só têm 3 meses de Canadá, mas estão gostando muito; ainda estão "penando" com a falta da experiência canadense e a falta da fluência do idioma, mas estão se virando bem e tudo está saindo melhor do que eles esperavam...fiquei muito feliz por eles.
Outra coisa que meu marido fez questão de me dizer: É Renata, não tem jeito, você sempre encontra seu povo, né??? rsrsrsrsrs... Isso porque eles são nordestinos assim como eu rsrsrsrssrrsr...Por falar em nordestino, o que eles estão sofrendo mais é com o frio, pegaram uma frente fria que fez a temperatura cair à -7 por um dia, chegou a nevar. Agora imaginem sair do Piauí, 40 graus de muuuuuuuito calor, e pegar -7...não é fácil não rsrsrsrsrsrs... Enquanto o Estevam contava isso, meu marido só me olhava - ele tem pavor de "frio congelante" rsrsrsrsrsrs... - e depois disse: Você me enganou, né??? Você não me disse que lá não era frio, que nem nevava??? Eh Renata você quer me transformar num pinguim, né??? rsrsrsrssrs...
Eu nunca disse que Vancouver era quente, eu só disse que não era tão frio como o resto do Canadá, e que raramente nevava, e é verdade; ele é que interpretou do jeito que quis rsrsrsrsrsrsrsrs... Mas que lá o clima é mais ameno, isso é... não dói tanto quanto morar em Regina rsrsrsrsrsrs...
Mudando de assunto completamente agora, eu estava lendo os papeis do HSBC e li que quem usa o cartão de crédito - Isso referente à conta Premium e cartão internacional - no aluguel de carros nos EUA e no Canadá, o próprio cartão dá como benefício o seguro do carro. Eu vou checar com o banco pra ter certeza, mas pelo que eu li é isso mesmo. Pra quem não sabe, o aluguel do carro nem é muito caro, o que encarece é o seguro que qualquer pessoa prudente se vê obrigado a colocar; por isso, se o seguro for garantido pelo cartão, a economia é muuuuuuito grande.
Bom gente, acho que por hoje é só. Deixo aqui minha gratidão a Deus por tudo que Ele tem feito em minha vida, por ter "tocado" no Estevam e na sua esposa que, com tanto carinho, conversou com a gente, tranquilizou o meu esposo, enfim, foram maravilhosos.
Um dia alguém fez por eles o que ontem eles fizeram pela gente... Que o Senhor possa abençoa-los nessa nova vida no Canadá.


sábado, 4 de dezembro de 2010

Emigrar sempre vale a pena.

Acabei de fazer uma peregrinação por alguns blogs de pessoas querendo emigrar e outros já decididos a emigrar, e encontrei alguns questionamentos que, eu acho, que posso ajudar a responder, afinal, estou emigrando pela segunda vez rsrsrsrsrsrs...
Mesmo sem ter chegado no Canadá ainda - que é o país em questão - tem coisas que acontecem com qualquer um que se dispõe a mudar de país; dúvidas, medo, ansiedade, sentimentos comuns a quem está prestes a dar um giro de 360 graus em sua vida.
1- Nunca espere apoio de todos os seus familiares e amigos
Quando eu, recém formada, com somente 23 anos, decidi ir para os EUA, eu não escondi de ninguém; foi uma decisão "pública", então, eu me expus a muitos comentários, como por exemplo: Você vai ter coragem de deixar sua família??? Tenho certeza que você não vai aguentar nem 3 meses!!! Você acha que vai dar certo??? Eu conheço uma pessoa que foi e detestou... Nossa Renata, você é tão fria, você não pensa em sua avó que já é de idade??? ela pode morrer...
A pessoa tem que saber o que quer porque o "bombardeio" psicológico vem de todos os lados...o "mundo" conspira contra rsrsrsrsrs... a torcida pra que a gente desista é grande, mas sabe porque??? É simples: muita gente gostaria de ter a coragem de fazer o que nós estamos fazendo, então, incomoda quando alguém tem atitude de dizer: Eu vou mudar a minha vida.
Quanto a família é aquela coisa meio egoísta tipo "Eu te quero perto de mim", sabe??? Eu passei uma barra com minha mãe quando fui para os EUA, ela não aceitava de jeito nenhum que uma filha dela tivesse optado viver em um outro país. Só pra vocês terem uma ideia, quando eu pedi pra fazer intercâmbio pela primeira vez minha mãe me disse: Nem pensar!!! eu não coloquei filha no mundo pra viver na casa de estranhos...
Gente, ela é dentista, não é uma pessoa sem instrução, mas é do tipo que quer os filhos bem perto, sabe??? Pois bem, ela sofreu muuuuuito, me fez sofrer também, mas depois de 8 anos de EUA, um casamento, uma filha, um diploma americano, experiência profissional e de vida, ela foi obrigada a reconhecer que eu fiz o certo pra minha vida.
2- É preciso ter objetivo
Ninguém pode pensar em emigrar sem estudar sobre o assunto, sem ter consciência das dificuldades que vai ter que enfrentar. É ingenuidade achar que ao trocar de país, você que antes era uma "minhoca" vai simplesmente sair do casulo e virar uma "borboleta"... não é um "conto de fadas", um "mar de rosas". É preciso muito foco e objetivo pra ver os resultados.
Pra entrar no mercado de trabalho americano eu tive que, literalmente, ralar muuuuuito, comecei do zero; tive que pegar todo trabalho que aparecia - leia-se subemprego rsrsrsrsrs... - pra pagar meu college - que era muuuuito caro - não fazia extravagâncias, controlava toda a minha despesa, cada moedinha pra mim era um dinheirão rsrsrsrsrsrs... tudo com o objetivo de tirar um diploma e começar a trabalhar em minha área. Com dois anos de "ralação" em solo americano consegui o meu primeiro estágio - pagava pra trabalhar rsrsrsrsrs - depois o segundo, e, enfim, o meu primeiro emprego na minha área... Aleluia, Aleluia, Aleluia!!!!!
Você colhe o que planta. Eu lembro que pra aprimorar meu inglês - que não era nenhuma "coca-cola" - no meu primeiro ano eu cheguei a estudar em escola particular de dia e escola pública à noite. A falta da fluência no idioma é angustiante!!! quando eu percebi, depois de uns 4 meses, que meu inglês ainda era precário comparado com os nativos, parei tudo pra me dedicar aos estudos...e foi a melhor coisa que eu fiz.
Sem inglês tudo se torna mais difícil.
3- Adaptação
Eu me adaptei facilmente aos EUA, amei o sistema, a organização, o respeito ao cidadão, a falta de burocracia e etc. Mas também conheci pessoas que não se adaptaram, e o motivo é simples: estavam nos EUA, porém, a cabeça estava no Brasil. Se você decidir morar em outro lugar deve preparar a cabeça e o coração. Tudo é diferente, é uma nova vida.
Mas em minha opinião não dá pra não gostar do que é bom, eu quero dizer: qualidade de vida.
O que pesa na adaptação é a saudade da família, dos amigos, e, no meu caso, da igreja. A saudade dói.
O lado bom é que hoje a internet ajuda muito; telefone, tanto nos EUA quanto no Canadá, é bem barato, só não liga quem não quer; o skype ajuda muito porque a gente pode conversar e ver ao mesmo tempo, enfim, está mais fácil matar a saudade.
4- A vida é pra ser vivida
Eu prefiro me arrepender do que eu fiz do que do que eu não fiz.
Enquanto minhas amigas saiam da faculdade pro mercado de trabalho, eu estava tentanto uma nova vida longe do Brasil. Muitas me criticaram por eu ter - nos primeiros anos - guardado meu diploma pra abraçar o subemprego, mas eu estava vendo mais longe, eu estava tendo experiências que faculdade nenhuma me proporcionaria. Conheci pessoas de diversas nacionalidades, convivi com inúmeras culturas; aprendi na prática a humildade; fiz amigos que viraram irmãos, família de verdade; aprendi o sentido real de "depender de Deus"; consegui um diploma de um college americano - o The Art Institute - que vale no Canadá; trabalhei por quase 5 anos numa multinacional canadense, ou seja, adquiri uma boa experiência profissional; casei com um homem maravilhoso - no Brasil isto é quase impossível rsrsrsrsrs tá chovendo mulher, elas não respeitam nem os casados rsrsrsrsrsrs - e tive uma filhinha americana, dei a ela duas cidadanias - quem está no processo de emigração sabe o valor que isso tem - ela sempre terá duas portas abertas... pra mim valeu muuuuito à pena, vivi meus últimos anos intensamente.
Ao voltar ao Brasil encontrei muitos amigos desempregados, muitos se preparando pra concursos por não aguentar mais a instabilidade do mercado; encontrei algumas pessoas felizes, realizadas, mas muitas outras frustradas. Ao olhar pra trás e me perguntar se eu faria as mesmas escolhas, respondo com tranquilidade que sim; eu vivi. Muitas vezes sofri, tive medo, me senti só, mas Deus estava comigo, e Ele promete que o fim é sempre melhor do que o começo...e foi mesmo...
5- Conclusão
Em janeiro estaremos emigrando novamente, e eu já estou com um friozinho na barriga!!! só faltam 4 semanas pra eu sair daqui do interiror de Minas, ir a Salvador me despedir da família e seguir rumo a Vancouver...e começar tuuuuuuudo de novo!!!
Às vezes eu me pego pensando na chegada; vamos chegar lá com as malas nas mãos - meu marido não quer levar nada, ficou traumatizado em fazer mudanças internacionais rsrsrsrsrsrs... - sem casa, sem emprego, sem amigos, sem igreja, sem família... mas com fé em Deus, certos de que se Ele está nos levando, e Ele irá nos garantir por lá.
Como humana que sou, eu, como qualquer pessoa, também fico ansiosa, preocupada, afinal, não sei o que vai acontecer, porém, eu penso que, mesmo com todas as dificuldades, só a experiência de morar em um outro país será muito importante pra mim, pro meu marido e, principalmente, pra nossa filha; será enriquecedor pra educação dela, ela será uma verdadeira cidadã do mundo.
Tá com medo??? tá preocupado??? não sabe se arrisca ou não??? coloque na balança os prós e contras, pense no quanto a experiência será valiosa pra você e tenha como consolo que você sempre pode voltar pro Brasil... mas saiba que a maioria não volta rsrsrsrsrsrsrs...
Para os casados: Vocês verão como morar longe da família e dos amigos une os casais, o núcleo da família. Eu e meu marido nos EUA éramos muito mais amigos e cúmplices do que aqui no Brasil... morar longe faz bem pro casamento rsrsrsrsrsrsrs.... e como faz!!!!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Passamos pelas mesmas coisas...

Nos últimos dias eu estava totalmente voltada pra uma palestra que eu daria para os jovens na igreja. O assunto era "namoro cristão" - ou seja, assunto bem delicado rsrsrsrrs... - por isso, eu meio que sumi do blog rsrsrsrs... estava estudando uma forma de abordar o tema de forma prática, simples e direta. Bom, a palestra foi ontem e, em minha opinião, acho que deu pra conscientizar os jovens e adolescentes presentes da importância de aprender a confiar e esperar em Deus...quem gosta de esperar, né???? NINGUÉM!!!!
E o interessante é que quem está esperando não vê que outras pessoas também passam ou já passaram pela mesmo coisas; e que depois que passa a gente vê que o "bicho não era tão feio" quanto pensávamos.
Os adolescentes apaixonados sofrem como se nunca fossem amar alguém de novo, como se os pais não entendessem o seu sofrimento, o seu "amor"...se humilham, choram, sofrem por algo que, em 99% dos casos, não vai dar em nada; porque com 13, 14 anos não dá pra se definir o rumo da vida. Nós, adultos, sabemos disso, afinal, também já fomos adolescentes apaixonados rsrsrssrsrsrsrs...
Como qualquer pessoa que está no processo de imigração, eu costumo visitar blogs - acho que eu e "toda a torcida do flamengo" rsrsrsrsrss...  - e encontro muitas histórias parecidas com a minha, e é sobre isso que eu gostaria de escrever hoje.
Como vocês já sabem, o meu processo já está aprovado, só está faltando fazer o tão esperado "landing" pra que o processo seja concluído com sucesso. A nossa ida pro Canadá está marcada pra janeiro de 2011.
Aí quem está lendo agora e ainda está na fila esperando, tá pensando: "Ai, eu não vejo a hora do meu processo acabar...", "Que inveja!!! quando será que chegará a minha vez???" e coisas do tipo rssrrsrsrsrs...
Eu sei porque eu também tive que esperar, e pior, o meu processo era da leva dos antigos...hoje os processos estão sendo finalizados em menos de 1 ano...e muita gente ainda acha que 1 ano é muuuuito tempo. E é mesmo, pra quem está esperando 1 ano é uma eternidade. Primeiro porque a gente não consegue viver normalmente quando estamos esperando alguma coisa acontecer; no meu caso, eu contava as semanas, os dias, era um sofrimento...Como meu processo demorou muito, muito mesmo...eu não tenho tudo de cabeça, mas aconcteceu mais ou menos assim: o processo começou em setembro de 2007, me pediram os documentos em novembro de 2008, cancelaram o meu processo em setembro de 2009, reabriram no final de novembro de 2009, me convocaram pra entrevista - porque eu tinha morado muito tempo fora do país - em janeiro de 2010, pediram os exames no final de março - quase 3 meses depois da entrevista - e só deram a aprovação final em julho, no final do mês - quase 4 meses depois dos exames terem sido entregues - Eu já estava achando que o meu processo seria recusado. Foram tantos meses entrando no site do consulado pra ver o andamento do processo, e sempre aparecia "In Process", eu faltava morrer de tanta ansiedade!!! Lia blogs, notícias, mandava emails pra pessoas que já estavam lá; eu queria, de alguma forma, controlar a minha ansiedade. O que posso dizer da minha experiência??? Por mais que a nossa cabeça esteja no Canadá, o mundo ao nosso redor não pára. Devemos nos preparar pro Canadá, mas também devemos viver e curtir o nosso tempo aqui enquanto o processo não chega ao fim. Eu sonhei muito com o Canadá, não entendia o por quê de tanta demora - acho que o meu processo foi um dos mais longos rsrsrsrrsrsrsrs... - mas hoje eu vejo com clareza que o Senhor "meu" Deus tinha um propósito em me segurar aqui - Também, depois que passa é fácil entender, né??? rsrsrsrsrs... - No meu tempo de espera tive tempo livre pra me dedicar a minha família e a minha igreja. Através do trabalho que tenho ajudado a desenvolver na igreja, pessoas ouviram a palavra de esperança, vidas foram "tocadas", eu pude conhecer pessoas maravilhosas, fiz novos amigos, fou um tempo precioso pra minha vida espiritual. Quanto a minha família, eu pude estar presente em um dos momentos mais sofridos que ela enfrentou: a perda de minha avó repentinamente... Deus vê o que nós não vemos, Ele sabe o que não sabemos; tudo acontece no tempo que tem que acontecer...pode confiar que Deus vai te mostrar o por quê de você estar esperando; seja referente ao processo de imigração ou seja em outra área da sua vida, você vai ver.
Com Deus não existe acaso, coincidência ou sorte, é sempre o mover DEle nas nossas vidas... 
Eu lembro que eu e meu esposo estávamos indo à uma cidade chamada Port St Lucie, na Florida, pra comprar uma casa por lá. Muita gente estava comprando propriedades naquela região, as casas eram novas, grandes, de 4 ou 5 quartos, eram muito mais em conta do que em outras regiões, havia muita facilidade de financiamento, enfim, um sonho pra qualquer casal recém-casado que planeja ter filhos. Tiramos um dia pra ir a Port St Lucie escolher e comprar a casa dos nossos sonhos. Saímos cedo em meu carro - um carro novo que nunca tinha me dado problema - e, assim que entramos na I-95(estrada americana), o carro simplesmente parou. Meu marido checou as coisas óbvias como a bateria, motor e etc, e estava tudo, aparentemente, normal. Eu, então, sugeri que voltássemos pra casa, porque seria muito cansativo levar o carro pra oficina, esperar o conserto pra depois seguir viagem. Meu marido concordou comigo e disse que tentaria ligar o carro mais uma vez pra, pelo menos, ver se a gente chegava em casa. Ele tentou, bateu a chave e o carro ligou; nos animamos e decidimos seguir rumo à compra da casa, foi só decidir ir e o carro parou de novo...então, mais uma vez, desistimos de ir e o carro, inexplicavelmente, voltou a funcionar; nos animamos a prosseguir a viagem e o carro parou pela terceira vez; foi então, que eu olhei pro meu marido, ele olhou pra mim e eu disse: Amor, nós sempre oramos a Deus pedindo direcionamento pras nossas vidas, será que Deus não está nos impedindo de ir até Port St Lucie??? Será que lá não é as "Campinas do Jordão" aos nossos olhos??? Vamos voltar pra casa e esquecer Port St Lucie por uns tempos??? Ele concordou comigo, em poucos minutos o carro voltou a funcionar e fomos pra casa. Poucos meses depois o mercado imobiliário americano entrou em crise - como o mundo todo sabe - "colapso" total; quem comprou casa em Port St Lucie por $150.000 não conseguia vender por $50.000, famílias inteiras que optaram morar naquela região sofreram com a falta de emprego, com os altas prestações, com o custo de se morar longe dos grandes centros e etc... As casas maravilhosas viraram verdadeiros"elefantes brancos"... glórias a Deus, o Senhor guia o seu povo... Quando o carro parou eu reclamei, depois que o tempo passou, que as coisas aconteceram, eu entendi, agradeci e glorifiquei o Deus da minha vida.
"Esperei confiantemente no Senhor..." Sl40:1