"Agrada-te do Senhor, e Ele satisfará os desejos do teu coração. Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais Ele fará." Sl37: 4-5















segunda-feira, 21 de março de 2011

Corpo e Espírito II

"Ele mesmo, porém, se foi ao deserto, caminho de um dia, e veio, e se assentou debaixo de um zimbro; e pediu para si a morte e disse: Basta; toma agora, ó Senhor, a minha alma..." 1Rs19:4
Este versículo foi tirado da Bíblia; descreve um momento em que um homem de Deus, chamado Elias, depois de enfrentar muitas lutas por amor a Deus; de ser perseguido; foi tomado por uma grande tristeza, à ponto de desejar a própria morte.
Se analisarmos a vida de Elias, e o momento em que ele quis desistir de tudo, podemos tirar lições valiosas para as nossas vidas, como por exemplo:
1- Elias tinha uma vida de intimidade com Deus, era um homem fiel, mas, nem por isto, estava livre das lutas, dificuldades, perseguições, decepções, enfim, a vida dele não era um "mar de rosas".
2- Como homem "comum" que era; ele, em determinado momento, cansou de tantas lutas e ficou deprimido, depressivo. Ele quis fugir de tudo o que estava vivendo.
3- Ele saiu de perto de todo mundo, se isolou e foi para o deserto.
4- Não tinha vontade de comer nem beber; só dormia.
A depressão é vista por muitas pessoas como fraqueza, frescura; poucos a reconhecem como doença. Geralmente quem entra num processo depressivo tem dificuldade de conversar sobre o assunto com os próprios cônjuges ou familiares. O que eles mais ouvem são frases do tipo: Não é nada não, vai passar... Você só está triste, é normal... Pra quê médico???
Sem falar que, pra muitas igrejas, depressão é coisa do demônio. E é mesmo, eu até concordo, desde que a depressão seja do demônio assim como qualquer outra doença; da simples gripe até a doença mais complicada. Pelo simples fato de que Deus não criou o mundo pra que o homem ficasse doente; as enfermidades vieram pelo pecado, portanto, eu concordo que as doenças não sejam de Deus; mas nem por isto, a gente vai deixar de buscar tratamento.
Quando minha filha começa com as crises alérgicas, a primeira coisa que faço é orar, a segunda é dar o remédio prescrito pelo pediatra. Isto não é falta de fé, ao meu ver, é prudência.
Como eu escrevi na primeira postagem "Corpo e Espírito", eu fui diagnosticada com ansiedade crônica e depressão leve há algum tempo atrás. Assim como Elias, eu também quis me isolar; não tinha vontade de ver ninguém e ânimo pra nada. Como mãe e mulher, eu não tive como me isolar de fato - graças a Deus por isto - mas eu me sentia muito irritada, cansada de tudo. O meu marido, a pessoa que mais me conhece, não via nada de errado comigo; a minha vida na igreja era normal; mas eu sabia que não estava bem, e procurei ajuda, tanto de Deus quanto de um especialista.
Deus viu o quanto Elias estava sofrendo e mandou um anjo para alimentá-lo; depois o guiou até ao monte onde teve um encontro com ele.
Talvez não venha um anjo de asas e roupas luminosas pra nos ajudar nos momentos mais difíceis das nossas vidas; porém, o mesmo Deus de ontem continua sendo Deus hoje, e Ele pode usar pessoas pra nos abençoar. Às vezes médicos, outras vezes desconhecidos que aparecem como anjos e nos dão a palavra que precisamos ouvir. Eu não sei como Deus vai te direcionar, abençoar ou falar com vc, mas de uma coisa eu tenho certeza: assim como ele não esqueceu de Elias, Ele também não vai esquecer de vc. Em todos os momentos Deus está com aqueles que confiam NEle.
Na região que eu estava tinham muitos psiquiatras; mas eu fui cair na mão do médico certo. Eu lembro que na primeira consulta eu senti uma enorme paz; a conversa fluiu, e o melhor de tudo, ele acertou no tratamento; ele foi um anjo na minha vida; ele veio como uma resposta das minhas orações.
Se, por preconceito ou religiosidade, eu não tivesse buscado ajuda, eu acredito que nem eu me suportaria; eu estava chata demais!!! Eu estava tão insuportável que eu orava a Deus pedindo pra Ele me modificar.
O interessante é que, assim como eu percebi que não estava bem, também notei que depois do tratamento, tudo mudou e eu voltei a ser quem eu era realmente. Em 15 dias eu já não sentia desânimo, irritação ou mau-humor, eu era outra!!! Outra coisa: eu nunca deixei de ir a igreja, mesmo quando eu não sentia vontade de ir; mas depois do tratamento, além de ir e ajudar, como eu sempre fiz, o meu ministério desenrolou; tive mais disposição e me doei mais, consequentemente, Deus me usou muuuuuuito mais!!!
Eu quero que vcs saibam que nem toda tristeza é depressão; nem todos os momentos difíceis vão levar à doenças emocionais. Cada pessoa responde de uma forma aos problemas da vida. Eu quis escrever um pouco do que eu vivi, pq eu sei que muita gente já passou por momentos parecidos e outros podem vir a passar; e eu acredito que o preconceito e a falta de informação podem prolongar um sofrimento desnecessário. Vc pode e deve se cuidar.

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