"Agrada-te do Senhor, e Ele satisfará os desejos do teu coração. Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais Ele fará." Sl37: 4-5















sábado, 3 de agosto de 2013

A idade chega pra todo mundo

Hoje eu fui ao aniversário de uma senhora que está beirando os 90. Ela parece aquelas avós de livro de histórias, sabe??? gordinha, cabelo bem branquinho, bochechas rosadas e uma doçura no falar. Ela é uma canadense que frequenta a mesma igreja que eu e ano passado me deu aulas de costura. É uma pessoa encantadora!!!
Bom, mas o que eu quero dividir com vcs é um pouco de como eu vejo a velhice. Nós, quando jovens, não pensamos muito sobre como vamos estar depois dos 70. Acho até que temos a ilusão de que vamos ser exceções no mundo, que vamos envelhecer mantendo a beleza e o frescor da juventude, com muita saúde e disposição, e cercado de amigos e familiares. É o sonho de todo mundo, mas é a realidade de muito poucos.
As pessoas nos dias de hoje estão mais frias e independentes de suas famílias do que antigamente. Eu não estou nem me referindo aos maus filhos, mas sim `as pessoas comuns, como eu e vc, que resolveram traçar seus próprios caminhos. Vamos pensar em nós, imigrantes, que saímos do nosso país deixando pais, tios, avós, primos, sobrinhos, toda a famílias pra trás. Nós recomeçamos a nossa vida em um outro lugar, quase que sempre, sozinhos ou com somente o núcleo familiar, marido e filhos. A chance de nossos parentes nos seguir é muito pequena e a probabilidade de voltarmos pro Brasil vai diminuindo no decorrer dos anos que vivemos fora. Mas os anos vão passando, e passam rápido, e um dia nós vamos nos olhar no espelho e nos deparar com a realidade de que estamos mais perto da morte do que da vida, e é nesse momento que precisamos ter a certeza de que vivemos da melhor forma que podemos e acertamos, pelo menos, nas decisões mais importantes que tomamos.
Enquanto eu estava nos EUA eu perdi minha bisavó - morreu como passarinho, dormindo, já bem avançada de idade - e meu avô parte de pai. Eu lembro que soube que ele não estava bem de saúde, estava internado, e eu liguei pra falar com ele. Conversamos, como se nunca tivéssemos estado afastados, e eu pude dizer a ele que o amava e que sentia saudades. Não lembro direito, mas poucos dias depois ele se foi. 
Eu tenho boas recordações de meu avô durante a minha infância, mas não éramos muito próximos pq ele morava em Itabuna e eu em Salvador. Nós não convivíamos muito. Mas depois da morte dele eu passei a ter aquele pensamento de que eu estava perdendo momentos importantes ao lado das pessoas que eu amava pela minha escolha de morar longe. Infelizmente, eu não me adaptei ao Brasil e resolvi focar minhas forças numa vida fora de lá. Porém, eu tb não posso negar que eu gostaria muito de ter, pelo menos, minhas irmãs e minha mãe perto de mim. Eu sei que quando a idade chega a gente quer mesmo é curtir as pessoas que a gente ama. Passar natais, aniversários, casamentos, dia disso e daquilo com a casa cheia, crianças correndo, enfim, curtindo a família. E me assusta um pouco a ideia de não ter nada disso. Ok, eu sei que fazemos amigos e tb temos momentos legais com a vida de imigrante, mas o foco desta postagem hoje é tratar do que estamos deixando de ter.
Ontem, eu e mais duas amigas estávamos falando de abrir negócios, de como ganhar dinheiro, sonhando com uma coisa e outra. Coisa normal de quem está começando a vida em outro país rsrsrsrsrs... mas depois eu fiquei pensando comigo que eu amaria ter dinheiro sobrando... e quem não gostaria, né??? mas de nada me importaria o dinheiro se eu chegasse no final da minha vida sem ter uma família saudável, filhos estruturados e, o mais importante, frutos espirituais. A velhice é uma realidade pra quem vive e nós precisamos estar preparados pra ela. O que plantarmos agora, nós iremos colher mais na frente, ou seja, se plantarmos amor, humildade, paz, alegria, bondade - os frutos do Espírito - nós teremos mais chances de colher uma boa velhice. Se escolhermos bem as pessoas que fazemos questão que estejam do nosso lado hoje, amanhã, quanto tivermos velhos, não estaremos sozinhos. E, ainda que fiquemos beeeemmmm velhinhos e percamos os nossos amigos, se estivermos firmes com o Senhor, nunca estaremos sozinhos. Quem tem uma igreja, tem uma casa... lembrem-se sempre disso.
Boa noite.

Um comentário:

  1. Poxa, este post parece que foi escrito pra mim! Chegarei em Vancouver em exatos 8 dias e, há algumas semanas, tenho pensado muito sobre perder momentos importantes ao lado das pessoas amadas. Me questionei sobre as diferentes percepções de qualidade de vida (considerando como qualidade maior, estar perto de quem se ama). Já moro longe dos meus há 6 anos, mas agora vou morar muito mais longe e será muito mais difícil visitá-los. E as pessoas que mais me fazem doer o coração, são meus avós. Estou naquele momento de se desfazer da casa e se despedir das pessoas. É um momento doido porque a gente acaba alternando entre ansiedade e tristeza, haja coração pra tentar manter o equilíbrio!
    Fiz, há pouco tempo, um blog. Pra me ajudar a passar por essa mudança, trocar experiências e registrar momentos importantes. Se puder, dê uma passadinha por lá!
    http://estacaocanada.blogspot.com.br/
    Bjos!

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