Com pena da Gretchen

Eu disse que eu não ia escrever mais hoje, mas depois de ter lido, em alguns sites de notícias, sobre o quanto a Gretchen está sendo julgada por ter sido vista trabalhando de garçonete nos EUA, eu não me contive. Eu nunca pensei que fosse dizer isto, pq sempre achei o trabalho dela... enfim... mas eu estou com pena do que estão fazendo com ela - a mídia está bombardeando!!! - e indignada com a reação das pessoas diante do caso. 

Só pq ela tem fama - não interessa como conseguiu - não pode trabalhar no subemprego pra sustentar os filhos??? Posar nua e fazer filme pornô é melhor do que trabalhar de garçonete???

Todo mundo que imigra, e que não é rico, sabe que a vida lá fora é cara e que no começo tem que ralar mesmo. Uns dão mais sorte do que outros, mas a grande maioria começa trabalhando no subemprego... e daí???

Quem tem objetivo, rala, mas sabe que mais na frente as coisas vão mudar. Eu cheguei nos EUA ciente do quanto seria difícil e não me intimidei, arregacei as mangas e fui a luta; limpei cinema, restaurante, casas; trabalhei duro pra pagar meus estudos, e depois colhi os frutos: me formei, trabalhei na minha área, enfim, as coisas mudaram. Eu lembro que eu tinha um namorado "filhinho de papai", que me pedia pra eu procurar outra coisa pra fazer, pq ele odiava que eu trabalhasse com limpeza; mas como ele não pagava minhas contas, eu ignorava a opinião dele. O meu trabalho era honesto e me sustentava, portanto, eu nunca tive do que me envergonhar.

Você que tá lendo esta postagem, e imigrou com o dinheiro contado, sabe o quanto a gente aprende lá fora a enxergar todo trabalho de uma outra forma, não é??? Advogados trabalhando no Valet parking, empresários falidos trabalhando na construção, ex-dondocas e ex-socialites na limpeza; eu vi de tudo isso e mais um pouco no tempo que eu morei na Florida, e sabe o que eu aprendi??? A vida dá voltas, um dia vc tá em cima e outro vc pode estar em baixo... é a vida... 

O Brasil tá parado!!!!

Greve dos bancários, greve dos correios e mais outras greves que não me atingem diretamente... gente, tá horrível pra resolver as coisas!!! Hoje eu tive que correr atrás de um banco aberto pra pagar a escola da minha filha e fechar a matrícula dela. Tentei fazer o pagamento no caixa eletrônico, mas não passou.

Eu esperei tanto por este momento de partida, que, agora que chegou, eu preciso ter cuidado pra não esquecer de nada importante antes da minha viagem. Fiz até uma listinha de prioridades, mas a todo momento eu lembro de alguma coisa que eu não posso deixar de fazer. 

O que eu sei que não posso esquecer, de forma alguma, é de receber o PR, que meu marido ficou de enviar no sábado, e levar os meus remédios para os primeiros meses no Canadá; pq vou precisar deles até definir o meu médico de família e, posteriormente, os médicos que ficarão responsáveis por minhas revisões e acompanhamento. Também vou levar alguns medicamentos de alergia pra minha filha, caso ela precise, já que a rinite dela se manifesta com a mudança de clima, o que, com certeza, vai acontecer quando ela chegar em Vancouver.

Outra coisa que eu considero uma das minhas prioridades é traduzir a carta de recomendação que o meu pastor fez pra mim pra eu apresentar na minha próxima igreja. É uma carta que diz quem sou eu, como cristã, no que eu trabalhei na igreja, se sou ou não confiável, enfim, conta um pouco do que eu vivi nos meus últimos anos na igreja Batista de Pavão.

Esta carta é importante caso eu queira fazer algum trabalho na igreja, pq me dá um certo respaldo, já que eu vou chegar num lugar que ninguém me conhece. E eu sou o tipo de pessoa que não suporta ficar numa igreja sem fazer nada; eu gosto mesmo é de colocar a mão na massa, de me envolver.

Por hoje é só... não sei se vou escrever alguma coisa no final de semana pq, tudo indica, que vou sair de barco com minha mãe e meu padrasto.

Passagens compradas!!!!!!!

Amigos, em breve estarei virando mais uma página da minha vida; estarei deixando momentos difíceis pra trás e recomeçando a minha vida no Canadá. As passagens pra Vancouver já foram compradas e, em menos de 1 mês, eu e minha filha nos reencontraremos com o meu marido em Vancouver, se Deus quiser.

Quando eu tinha 23 anos e decidi ir para os EUA, eu lembro que, ao sentar no avião sozinha, eu me senti como se estivesse encerrando uma parte da minha vida e começando uma outra. E foi, exatamente, o que aconteceu; em quase 10 anos vivendo fora do Brasil eu estudei, consegui um diploma, trabalhei, me casei e formei uma família. Saí de casa, da proteção da minha família, uma jovem cheia de sonhos, e voltei uma adulta.

Agora, indo pro Canadá, eu tenho a mesma sensação; estou concluindo uma etapa sabendo que uma outra, totalmente diferente, está prestes a começar; e confesso que gosto da ideia, apesar de ter noção das dificuldades iniciais que quem imigra pode ter, pq eu tenho certeza que essa nova etapa será, extremamente, valiosa pra mim, pro meu marido e pra minha filha. Depois de quase 1 ano separados, nós estamos precisando de um tempo pra reaprendermos a conviver um com os outros, e, em Vancouver, nós teremos essa oportunidade.

A parte ruim é que eu vou deixar pessoas que eu amo no Brasil; minha família, que me apoiou durante todo o tratamento; meus amigos; minha igreja... nossa, como eu vou sentir falta!!! Mas eu garanto a vcs que estou com o coração tranquilo e feliz, pq eu sei que estou no pleno direcionamento de Deus pra minha vida. Se Ele está me levando, Ele tem um propósito, e é nisto que eu acredito.

Mudando de assunto... Gente, hoje eu fiz 50 minutos de exercícios!!!! Eu sei que ainda é pouco, mas estou muuuuuuito feliz por ter tido mais resistência do que da última vez. Confesso que estou fazendo tudo com tranquilidade e ainda devagar, mas já é um começo, né??? rsrsrrs...

Se alguém aí em Vancouver quiser me dar uma esteira, eu aceito rsrsrsrsrsr...

Mais perto de Vancouver

Como eu já havia comentado com vcs, ontem eu tive uma consulta com a onco, e, enfim, ela me liberou pra viajar...AAAAAALELUIAAAAAAA!!!!! rsrsrsrsrs... Mas, falando sério agora, eu ainda vou vê-la semana que vem pq a consulta foi rápida e eu não tive nem tempo de tirar algumas dúvidas. Ela tinha se atrasado em uma reunião, então, quando ela começou a atender teve que ser mais objetiva do que o normal; ela só olhou meus exames - que estavam todos bem - me prescreveu o Tamoxifeno - remédio que vou tomar por 5 anos - pediu a secretária que fizesse o relatório, que eu vou levar pra Vancouver, em inglês, e me remarcou pra próxima quarta, só pra tirar minhas dúvidas e conversar melhor comigo.

Assim que eu cheguei em casa liguei pra uma tia minha, que tem agência de viagem, e pedi que ela já olhasse as passagens pra Vancouver. Pra minha surpresa, a resposta veio mais rápido do que eu imaginava, e ela até já fez reservas pra outubro; ou seja, em breve, se Deus permitir, eu e minha filha estaremos embarcando rumo às terras geladas do norte.

Mas tem uma coisa que eu gostaria de dividir com vcs. Na postagem anterior, eu escrevi que iria fazer drenagem linfática pra ajudar o meu corpo a desinchar, inclusive, por orientação da minha médica; mas a Pam, do blog http://gotocanadaselfemployed.blogspot.com/, que trabalha na área, me orientou, alertando sobre os riscos desse procedimento em quem teve ou tem câncer, e ontem, pela manhã, durante uma avaliação com uma fisioterapeuta aqui em Salvador, eu ouvi, praticamente, tudo o que a Pam tinha me dito. A fisioterapeuta me explicou que a drenagem linfática pode ser feita em pacientes que tiveram câncer desde que autorizada por escrito pelo oncologista e pelo angiologista, pq há riscos, e o procedimento tem que ser feito com muita cautela. 

Como eu estou fugindo de problemas, achei melhor seguir o conselho da Pam e me focar nos exercícios, deixei a drenagem de lado, afinal, eu quero perder peso, mas não a qualquer custo.

Eu estou muito agradecida a Pamela por ter me alertado a tempo, graças a ela, eu pude questionar a fisioterapeuta com um pouco mais de conhecimento no assunto.

Bom amigos blogueiros, vou ficando por aqui, depois escrevo mais. Muito obrigada pelo apoio.

Tô triste

Não se preocupem pq eu não tenho nenhum motivo especial ou novo pra me sentir assim, só estou um pouco pra baixo mesmo. Acho que todo mundo tem um dia meio esquisito, né??? faz parte.

O meu dia foi, relativamente, normal; começou cedo com uma consulta com o otorrino, que me pediu um exame; de lá segui pra cardio, e fiz 2 exames; e à tarde fui à angiologista que me pediu mais 2 exames; ou seja, o dia foi chato e cansativo, mas sem nada de extraordinário, a não ser pelo fato de minha mãe ter  esquecido de me pegar depois da consulta com a cardiologista. Ela, simplesmente, me esqueceu; fiquei, praticamente, 2 horas esperando, e ela não apareceu; até que eu decidi ir embora, peguei um táxi e fui pra casa, e adivinhem onde estava minha mãe??? ela estava almoçando, bem na dela... Calma, eu não tive um ataque!!! eu estava muito cansada, tinha feito o teste ergométrico, minhas pernas estavam doendo e eu mal consegui falar... melhor assim rsrsrsrrs...

Graças as consultas de hoje, eu fiquei sabendo quanto estou pesando atualmente. Desde que eu tinha começado a quimioterapia eu não me pesava pra não me sentir mal, mas, por causa dos exames que tive que fazer, fui obrigada a ouvir que estou 14 kg mais gorda... arrasada!!! Se perder 3 Kg já é difícil, imaginem 14 kg??? É um pesadelo!!! rsrsrsr...

A angiologista, assim como a onco, sugeriu que eu fizesse drenagem linfática pra me ajudar a desinchar -  inclusive eu tenho uma avaliação amanhã - e eu estava relutando em fazer pq não é uma coisa barata, só que, com os 14 Kg martelando na minha cabeça o tempo todo, eu percebi que não tenho outra opção a não ser cair na drenagem e na malhação. A notícia boa é que meu coração está bem e eu posso me exercitar sem problemas... Ainda bem que tudo tem seu lado bom rsrsrsrsr... 

Já no final da tarde, depois da última consulta, eu já estava exausta; e, enquanto eu esperava minha mãe me pegar, eu comecei a pensar em como a minha vida está de cabeça pra baixo. Eu sei que o pior já passou e eu nem deveria estar pensando nessas coisas, mas eu também não sou de ferro; estou longe do meu marido, da minha igreja, morando na casa de minha mãe, vivendo de médico em médico, exame e mais exame; chega uma hora que cansa. Eu até que sou uma pessoa tranquila, mas vcs já pensaram se eu fosse ciumenta e insegura, como eu não estaria depois de quase 1 ano vivendo no Brasil e meu marido em Vancouver??? Pois é, se coloquem no meu lugar... 

Ai, gente, eu estou tão cansada!!! Eu acho que eu me senti tão bem em Pavão fazendo o que eu gosto, ministrando, discipulando, enfim... que a volta a realidade dos médicos, consultas e exames, me deixaram down.

A parte boa é que amanhã é um novo dia e as misericórdias do Senhor se renovam a cada manhã. Eu terei uma consulta com a minha oncologista, que avaliará os resultados dos exames que ela pediu e, provavelmente, serei liberada pra viajar. Dando tudo certo, estou planejando fazer a cotação das passagens pra Vancouver amanhã mesmo... E que venham boas notícias daqui pra frente!!!

De volta a malhação

Hoje eu tentei voltar a malhar; juro que eu estava disposta e cheia de boas intenções, mas só pude fazer 30 minutos de esteira. Até relutei em não parar pq eu não queria dar a impressão de estar me boicotando, tipo quando alguém tá com preguiça, vai a academia e volta rapidinho cheia de desculpas, sabe??? Mas não foi o caso; eu estava animada, coloquei o meu ipod cheia de músicas de adoração, que eu amo, fui até sem lenço na cabeça pra não esquentar muito, mas não tive como ficar muito tempo; meu pé direito ficou dormente, como se tivesse com câimbra e eu me cansei muito rápido, aí resolvi parar. Como amanhã eu tenho consulta com o angiologista, achei melhor não insistir muito nos exercícios. E também, eu não vou poder voltar a me exercitar normalmente de uma hora pra outra, vai levar um tempinho até meu corpo se recuperar das bombas de quimio que recebeu nos últimos 5 meses. 

Mas eu gostei de me olhar no espelho e me ver com uma roupa de academia, eu me senti com a minha vida voltando o normal, o que é muito importante pra mim depois de tudo o que eu passei.

Programa de índio...pra mim

Acabei de chegar de um final de semana na casa de praia do meu padrasto. Confesso que eu fui mais por causa de minha filha do que por mim; eu preferia ter ficado em casa, principalmente, pq a semana foi muito corrida; mas como não seria justo com minha pequena, resolvi ir.

O meu sábado e o meu domingo foram de praia, com o detalhe que eu ainda não estou liberada, pela oncologista, pra tomar sol, portanto, fiquei o tempo todo debaixo do sombreiro, cheia de protetor solar e de roupa; nada de biquínis e tão pouco banho de mar. 

Sem falar que ir a praia foi um passeio frustrante pq me fez lembrar o quanto estou inchada e fora do peso. Tentei até colocar um biquíni, mas desisti ao me sentir ridícula rsrsrsrs... Gente, minhas roupas não estão cabendo em mim, minha barriga está enorme e o meu rosto, completamente, redondo... me olho no espelho e me pergunto: até quando??? Dizem que depois de 2 meses do final da quimio o corpo começa a voltar o normal... não vejo a hora!!!

Mas eu sei de uma coisa: o mundo, realmente, não é dos gordos, pq, por mais que a gente tente se sentir bem com os quilinhos a mais, a gente acaba se censurando, as roupas não ajudam, e a galera não perdoa: Nossa, mas vc tá gordinha, né??? Como vc tá inchada!!! Vc tá diferente, tá gordinha!!! Cada frase uma mais adorável do que a outra, parece uma faca no pescoço rsrsrsrsrsr...

Voltando ao passeio, até que o final de semana foi legal, mesmo algumas vezes eu me sentindo meio fora do assunto. É que eu era a única cristã evangélica praticante lá; todos bebendo - cerveja, Whisky, caipirosca e etc -  e ouvindo todo tipo de música, enquanto eu, vcs sabem, crentona rsrsrsrsrs... Estavam lá minha mãe e minha irmã mais nova, que frequentam igreja, mas não são decididas como eu, são do tipo um pé lá e outro cá; o meu padrasto, que acredita em Deus, mas não se envolve com nenhum tipo de igreja; o namorado da minha irmã e a amiga dela, que são desviados, enfim, todo mundo do reggae rsrsrssrsrsr... 

Pra encerrar o assunto, eu gostaria de dizer que esses programas em família me dão muita saudade do meu marido, principalmente, quando eu vejo minha filha curtindo, brincando, rindo... eu penso em quantos momentos importantes ele não está perdendo... e nós tb perdendo a presença dele... Mas é a vida; as coisas são assim mesmo; o importante é que tudo passa, e esta parte difícil das nossas vidas está passando.