Hoje eu me surpreendi com uma conversa que eu tive com minha filha no carro, depois que eu a peguei na escola. Ela me disse que as professoras tinham explicado pra turma que ano que vem - setembro - as coisas serão diferentes; as professoras vão embora, uma aluna vai mudar pra Israel, alguns outros vão mudar de escola e outros vão ficar lá. Eu já sabia de tudo isto, inclusive, esquentei muito a minha cabeça, já que a mensalidade tb vai mudar, vai aumentar consideravelmente. Mas eu ouvi o que ela estava tentando me explicar e eu disse a ela que todo ano as crianças vão crescendo e que, por isso, vão mudando de sala e de professores, que ela não precisava ficar preocupada. E aí ela teve uma reação delicada, ela me disse chorando que não queria mudar de professora, que ela queria estudar na escola que as professoras dela estivessem e que ela não queria trocar de coleguinhas, ela queria continuar com os mesmos.
É claro que todo o sentimento dela foi reflexo das mudanças que ela já teve na vida. A troca de cidades e de país fez com que ela tivesse mais consciência da distância, da saudade e da falta que as pessoas fazem quando vão embora. Ela ficou muito abalada com a possibilidade de perder mais uma vez o ambiente com o qual ela já está acostumada.
Muitos pais não se importam com isso e trocam de cidade assim como trocam de roupa, sem considerar em como as crianças vão se sentir, mas eu acho muito importante manter uma rotina pra saúde emocional da minha filha e tenho me esforçado pra dar a ela uma estrutura sólida, mesmo com os altos e baixos da vida de imigrante.Eu mesma não estou com condições de pagar uma escola particular pra ela agora, mas não penso em tirá-la de onde ela está; já conversei com meu marido e vamos nos esforçar pra mantê-la lá. A adaptação foi difícil no começo, ela sentiu muita falta da escola do Brasil, imagine se eu muda-la novamente??? nem pensar!!!
Uma das razões por eu ter decido colocá-la na escola judaica foi justamente pq eles tinham a opção de preschool, daycare, escola e after school, ou seja, ela não precisaria sair de lá por um bom tempo o que daria a ela uma certa segurança; e quando eu começasse a estudar ou trabalhar eu não precisaria me preocupar em onde deixá-la depois da aula.
Muitas escolas aqui não oferecem o after school dificultando a vida de quem trabalha.
Bom gente, eu resolvi não prolongar o assunto com minha filha, pq não adianta sofrer por antecedência, vou deixar as coisas acontecerem e aproveitar as férias dela pra ir conversando sobre a nova fase da escola aos poucos. Tenho certeza que tudo vai se ajeitar. Há 2 semanas atrás eu perguntei a ela se ela preferia aqui ou o Brasil e ela me respondeu que preferia o Canadá, pq eu e o pai dela estávamos aqui com ela.
Tadinha! Espero que ela não sofra, também passei por algumas mudanças quando era pequena e sim, deixa a criança mais sensível a qualquer alteração na rotina. Mas Deus é Pai e ela vai ficar bem!
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