Hoje, enquanto eu esperava pra falar com a secretária da escola da minha filha, eu vi uma mãe com um gorro na cabeça deixando a filha na porta. Como tinha muita gente eu não quis perguntar nada, mas assim que ela saiu eu perguntei a secretária da escola se aquela mãe estava se tratando de câncer, e ela me disse que sim. Eu, então, sem saber se veria a mãe novamente, expliquei que eu tb tinha tido câncer e que eu gostaria de deixar meu número caso ela quisesse conversar comigo. A secretária ficou muito feliz e anotou o número prontamente. Mas quando eu sai em direção ao estacionamento vi a mãe sentada dentro do carro e eu, num impulso, sem nem saber o que ia falar, corri e bati na janela do carro dela. Ela olhou pra mim com um ar surpreso mas sereno e eu fui logo dizendo: eu perguntei lá dentro se vc estava se tratando de câncer e me disseram que sim. Eu queria que vc soubesse que eu tb tive câncer de mama. Eu sei o que vc está passando, sei o quanto é difícil, mas eu gostaria que vc soubesse que vai passar.
Eu percebi que ela gostou de eu ter ido falar com ela, mas eu fiquei bem tocada. Senti uma vontade muito grande de abraça-la. Eu não sei explicar, nem sei se estou certa pq a emoção tomou conta de mim, mas eu vi a paz de Deus na vida daquela mulher. Eu não costumo errar com essas coisas. As poucas vezes que eu olhei pra uma pessoa e vi que Deus estava trabalhando, Deus realmente fez a obra. Bom, eu falei um pouco da importância de Deus e da fé no processo de recuperação, mas tive que ter cuidado pra não invadir demais, já que não a conhecia direito e ela é judia. A forma de falar e de crer em Deus é diferente da minha e eu tenho que respeitar. Mas confesso que isso tb mexeu comigo. Eu quis ter falado muuuuito mais do que falei.
Eu acredito em Deus de uma forma muito intensa e verdadeira. Falar de Deus faz parte da minha vida de uma forma natural, é como falar do meu marido, da minha filha, ou seja, faz parte da minha vida, mas nem todo mundo pensa da mesma forma e eu acredito Deus nos usa na hora DEle.
Certa vez eu estava conversando com o diretor da escola da minha filha, que é um judeu praticante, uma pessoa séria, de bom caráter e comprometido com Deus, e ele me perguntou pq eu tinha colocado minha filha numa escola judaica. Eu não fiquei nem um pouco preocupada pq eu vejo nele uma pessoa que busca intimidade com Deus, então, eu abri a boca e falei do direcionamento de Deus, de como Ele me levou naquela escola, de como Ele confirmou que ali era o lugar pra minha filha, enfim... eu percebi que ele se identificou com a forma apaixonada com que eu falei do Deus da minha vida e ele me disse: Eu fico muito feliz de vc estar aqui.
Mas com a mulher de hoje eu fiquei com um pé atrás. Eu não quis que ela se sentisse invadida pela minha forma de crer... Mas o engraçado é que eu não sou judia, então, eu acabei falando coisas que os judeus religiosos não falam, como o nome Deus, por exemplo, saiu da minha boca com uma naturalidade que quando eu vi já tinha falado rsrsrsrsrs... Pelo menos nessa conversa de 10 minutos, eu falei umas 10 vezes rsrsrsrssr... Depois entrei no carro e pensei comigo: Renata, vc falou demais!!! rsrsrsrsrs...
Bom gente, 2:00 da manhã... tenho que ir... Boa noite!!!
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